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Curitiba, a 'capital do Natal', terá festa enxuta

Sem patrocínio, e com dívidas, prefeitura estimula festa em bairro

Privado, tradicional coral infantil vai continuar com suas apresentações, o que estimula o turismo

(ESTELITA HASS CARAZZAI) DE CURITIBA

Curitiba, promovida há anos como "a capital do Natal", terá uma festa magrinha.

Com pouco dinheiro em caixa e sem conseguir patrocínios, a prefeitura cancelou passeios de ônibus, cerimônia num casarão histórico e uma decoração no calçadão.

Por exemplo: a Galeria de Luz, uma das principais atrações da cidade que preenchia o calçadão da rua XV com painéis decorativos iluminados, foi considerada muito cara.

O custo seria de R$ 3,6 milhões, em uma cidade com R$ 324 milhões em dívidas --herdadas de gestões passadas, segundo a prefeitura.

"Estar no poder público é ter responsabilidade. Não tínhamos esse dinheiro, ainda mais num ano que foi de aperto", afirmou o presidente do Instituto Municipal de Turismo, Paulo Colnaghi.

"Numa hora dessas, eu solto essa grana? Não podia fazer isso", completou.

O ônibus especial de turismo, que passava pelos pontos mais bem iluminados de Curitiba, não vai rodar. O concurso de decoração de casas acabou há quatro anos, e a despesa foi avaliada como de baixo custo-benefício.

Também foi riscada da lista a festa de abertura do Natal no Castelo do Batel, um casarão histórico e um dos mais glamourosos salões de eventos da capital do Paraná.

Em vez disso, a prefeitura fez uma festa aberta no parque Barigui, num domingo à tarde, com show do cantor Ivan Lins e chegada do Papai Noel em um fusca estilizado. Pelo custo de R$ 90 mil.

Para reforçar o calendário, a prefeitura apoiou ações nos bairros, como autos de Natal feitos por moradores.

"Foi uma opção. Queremos fazer um Natal aberto para a população", diz Colnaghi. "Não é magrinho", afirma.

CORAL INFANTIL

A ausência da Galeria de Luz e dos outros atrativos é lamentada pelo setor turístico, mas com uma ressalva.

"Nós ainda temos o carro-chefe: o coral do HSBC", diz Roberto Bacovis, presidente da Abav-PR (Associação Brasileira de Agências de Viagens do Paraná).

O coral infantil do Palácio Avenida, promovido pelo banco, ainda é o principal evento do Natal de Curitiba.

Neste ano, fará sua 22ª edição --mas com um número reduzido de apresentações desde o ano passado, por interferência do Ministério Público, que levantou suspeitas de trabalho infantil.

As expectativas de visitação continuam as mesmas de 2012: 350 mil turistas.

"Talvez a gente tenha uma queda no público de rua, por causa do fim da galeria", diz Tatiana Turra, diretora-executiva do CCVB (Curitiba Convention and Visitors Bureau).

Até agora, porém, a rede hoteleira diz não ter sentido o impacto do Natal "mais humilde". A ocupação dos leitos está em torno de 75%.

Para o ano que vem, a prefeitura quer retomar a Galeria de Luz e o concurso de decoração de casas.

A gestão ainda fará apresentações da programação a gentes de turismo em diferentes regiões do país, para atrair turistas e, quem sabe, um Papai Noel mais generoso.


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