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Estado pressiona prefeitura para fechar 'hotéis do crack'

Secretaria de Alckmin fez dossiê com mapeamento de 18 locais irregulares

Gestão Haddad diz que fechar locais sem oferecer assistência aos usuários de drogas irá levar mais gente às ruas

ANDRÉ MONTEIRO DE SÃO PAULO

O governo estadual está pressionando a Prefeitura de São Paulo para fechar hotéis e pensões irregulares na cracolândia sob a justificativa de que eles facilitam o consumo e o tráfico de drogas na região.

A área de inteligência da Secretaria da Segurança Pública chegou a elaborar um dossiê que foi encaminhado em novembro ao prefeito Fernando Haddad (PT).

O documento, ao qual a Folha teve acesso, contém fotos, endereços e a situação legal de 18 locais. Desses, dez não possuem sequer CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e alvará de funcionamento, irregularidades que poderiam levar a seu fechamento pela prefeitura.

Além dos hotéis e pensões, a lista inclui imóveis invadidos e moradias coletivas que, segundo o documento, podem ser frequentadas por usuários e traficantes.

O dossiê afirma que "para a consecução da atividade criminosa, em muitos casos, indivíduos diretamente envolvidos nos fatos têm feito uso de estabelecimentos comerciais do tipo hotéis ou pensões cujas condições internas e externas facilitam e fomentam práticas ilícitas".

Segundo policiais e agentes de saúde que atuam na cracolândia, esses locais são usados por usuários e traficantes --a venda de drogas, às vezes, recebe o consentimento dos proprietários.

A pressão sobre a prefeitura causou mal-estar entre as equipes das gestões Haddad e Geraldo Alckmin (PSDB).

A prefeitura confirma ter recebido o dossiê, mas diz que já tratou do assunto com o governador e secretários em reunião na semana passada.

Na avaliação da administração, fechar os locais sem oferecer assistência aos usuários irá levar mais pessoas às ruas e piorar a situação da região, que já assiste ao surgimento de uma "favelinha" na alameda Dino Bueno.

A gestão Haddad afirmou ainda que não seria possível tomar medida unilateral sem auxílio da Polícia Militar na própria fiscalização e na repressão ao tráfico de drogas.

Segundo a prefeitura, houve acordo na reunião para o início de uma ação conjunta entre Estado e município.

O trabalho envolve reforço na segurança, limpeza, tratamento de usuários e assistência para os moradores da "favelinha", na tentativa de acabar com a ocupação.

A fiscalização dos hotéis e pensões irregulares seria feita numa segunda etapa.

O hotel Avaré, que aparece na lista, diz que não aceita usuários e nega favorecer o tráfico. Representantes dos outros estabelecimentos não foram localizados.


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