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Promotor dá 45 dias para Haddad tirar táxis de corredores

Recomendação ocorre após estudo concluir que eles afetam a velocidade dos ônibus nas pistas exclusivas

Ameaça de ação judicial é conveniente para petista, que já cogitava veto; taxistas dizem que perderão usuários

ANDRÉ MONTEIRO DE SÃO PAULO

O Ministério Público de São Paulo deu prazo de 45 dias para que a Prefeitura de São Paulo proíba a circulação de táxis nos nove corredores de ônibus da capital paulista.

A recomendação foi dada pelo promotor Maurício Ribeiro Lopes ao prefeito Fernando Haddad (PT). Se não for atendida, ele entrará com ação judicial para forçar a administração a vetar os táxis.

A Promotoria tomou a decisão após analisar um estudo da própria gestão petista que concluiu que os táxis prejudicam a velocidade dos ônibus nessas vias exclusivas.

Na Rebouças, por exemplo, simulação aponta que a velocidade dos ônibus aumentaria até 25% caso os táxis não circulassem pelo corredor.

Desde 2004, portaria da prefeitura autoriza a circulação de táxis com passageiros nessas faixas exclusivas.

Os defensores argumentam que eles aproveitam um espaço ocioso. Os opositores alegam que a prioridade deve ser exclusiva dos coletivos.

Anteontem, taxistas fizeram um protesto até a sede da prefeitura contra a possibilidade de serem barrados nos 129 km de corredores --que ficam à esquerda da via.

Eles também reivindicam circulação livre nos 291 km de faixas exclusivas à direita, onde já não podem circular.

O promotor afirmou que irá processar sindicatos de taxistas que incitarem protestos.

Na cidade de São Paulo, há por dia 4,5 milhões de usuários de ônibus e 400 mil de táxis. Pelo estudo da gestão Haddad, nos corredores, os passageiros de táxi representam 1% e os de ônibus, 99%.

"Tudo o que entra no corredor atrapalha o ônibus, a gente só não sabia o quanto", disse Jilmar Tatto, secretário de Transportes de Haddad.

A ameaça da Promotoria é conveniente para a gestão petista, que, desde o início do ano, estudava restringir os táxis para melhorar o desempenho dos ônibus --mas temia repercussão negativa. A velocidade média nos corredores se limita a 16,6 km/h, contra a meta de 25 km/h.

O secretário disse que ainda não há decisão, mas que os 45 dias são suficientes para um "debate com a sociedade".

O sindicato dos taxistas (categoria que tem 34 mil veículos) diz que serão prejudicados --com lentidão e perda de passageiros. "O corredor é necessário para nossa fluidez, mas também ajuda no trânsito. Muita gente deixou o carro para andar de táxi", diz Natalício Bezerra, presidente da entidade.


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