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Máfia do ISS era conhecida em parte do mercado, diz sindicato

Segundo dirigente de entidade que representa as construtoras, faltavam provas para denunciar

Vice-presidente do SindusCon diz que número de envolvidos é pequeno diante do tamanho do setor

ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO

O vice-presidente de economia do SindusCon (entidade que representa as construtoras), Eduardo Zaidan, disse ontem que parte do mercado tinha conhecimento do esquema de propina na Prefeitura de São Paulo para a redução da dívida de ISS.

Mas, segundo ele, não havia provas para levar a denúncia às autoridades.

"Para você denunciar você precisa levar prova. Ninguém é maluco de fazer denúncia sem prova. Até porque a empresa que fez alguma coisa errada não fica falando tive que pagar'. Ninguém vai falar nada", disse à Folha Zaidan, indicado pelo sindicato para falar sobre a máfia.

"Esse assunto você não leva [para a prefeitura]. Leva para polícia, se for o caso. Essa não era a missão do sindicato. O sindicato age institucionalmente", afirmou.

Para ele, porém, a quantidade de empresas envolvidas é pequena diante do tamanho do mercado. "Quatrocentas empresas em todos esses anos não é um número tão grande. E foram anos de um boom imobiliário", disse ele, em referência à planilha apreendida pela Promotoria na casa de um fiscal, com os nomes de 410 transações imobiliárias sob suspeita.

Ministério Público e Controladoria-Geral do Município questionam a falta de reclamação do setor diante do esquema de fraude --que, segundo a investigação, ocorria ao menos desde 2005.

Zaidan disse não poder afirmar se as empresas envolvidas eram vítimas ou queriam se beneficiar do esquema para pagar menos imposto. "Eu não posso responder pelas empresas. O sindicato não resolve problemas de empresas particulares", disse.

A entidade afirma, no entanto, questionar a prefeitura desde 2005 sobre a forma de cobrança do imposto. Ele avalia que há muito poder aos fiscais --que hoje estão sob suspeita de cobrar propina.

"Não queremos pagar nem mais nem menos. Queremos pagar o que é justo", afirma.

PREFEITURA

Ainda segundo ele, há empresários que pagam valores indevidos para evitar ficar anos tentando resolver as pendências na Justiça.

Em novo depoimento à Promotoria, o auditor fiscal Eduardo Barcellos disse anteontem ter ouvido dizer que o subsecretário da Receita da gestão Haddad, Douglas Amato, recebeu dinheiro do esquema do ISS. Disse que ele recebia dinheiro para ajudar na redução de impostos.

A Folha não consegui contato com Amato ontem.


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