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Ganhador da Mega-Sena e irmão são resgatados após sequestro
Eles foram soltos em Guarulhos; pedreiro voltará para Bahia
A polícia conseguiu soltar na madrugada de ontem dois irmãos que eram mantidos reféns em um cativeiro na Vila Galvão, em Guarulhos (Grande SP). Uma das vítimas, um pedreiro de 43 anos, é ganhadora de um prêmio da Mega-Sena de R$ 7,8 milhões.
Segundo a polícia, os irmãos foram sequestrados na tarde de segunda-feira no Parque Continental 2, em Guarulhos. Os criminosos invadiram a casa das vítimas e os levaram para um cativeiro em Mairiporã, na Grande SP.
O vencedor da Mega-Sena foi seguido pelos criminosos após sacar R$ 5.000. Os irmãos disseram que usariam o dinheiro para ir de carro para a Bahia. A ideia era visitar a família no Natal.
Os dois irmãos contaram que foram amarrados e vendados pelos criminosos. Depois de Mairiporã, eles foram levados para outro cativeiro em Guarulhos. Durante todo o tempo, eles eram ameaçados de morte.
Os criminosos exigiram R$ 500 mil de resgate, mas reduziram o valor para R$ 80 mil. Segundo a polícia, o valor seria sacado hoje. A ideia dos bandidos era deixar o irmão do milionário, de 41 anos, no cativeiro e ir com o vencedor da Mega-Sena até o banco.
O plano da quadrilha, no entanto, deu errado pois a polícia já investigava o bando e conseguiu interceptar informações sobre o sequestro.
Os policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), localizaram e cercaram o cativeiro, na avenida Pedro de Souza Lopes. Houve troca de tiros. Um dos sequestradores foi preso e outro morreu no confronto. Os irmãos escaparam ilesos.
Segundo a polícia, o feirante Saulo Moraes de Araujo, 25, tinha passagens por roubo e homicídio. Ele foi atingido e não resistiu ao ferimento. O outro suspeito, o marceneiro Felipe Firmino Torres, 23, foi preso. Uma pistola.40 e um revólver calibre 32 foram apreendidos com a dupla.
ROTINA SIMPLES
As investigações continuam para identificar outros envolvidos. A Folha não conseguiu contato com a defesa de Torres.
Segundo a polícia, os criminosos sabiam que a vítima era ganhadora da loteria. De acordo com o milionário, ele e o irmão continuavam trabalhando como pedreiros pois não queriam chamar a atenção.
Eles não mudaram nada a rotina e continuavam vivendo na casa de um tio. O pedreiro, que não teve o nome divulgado, disse que há seis anos joga na Mega-Sena e sempre teve esperança de ganhar para mudar de vida.
"O dinheiro não me trouxe felicidade. Só azar", diz o pedreiro, que chegou a dizer que pensa em doar o prêmio.
Os irmãos dizem que vão voltar a morar na Bahia, mas com medo preferem não revelar o nome da cidade.
