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Depoimento

'Estou aqui pronta para ajudar', diz vítima das chuvas

JULIANA COISSI DE SÃO PAULO

A balconista Marinéia Rodrigues de Coura Dominici, 48, e o marido Rui Dominici, 50, tiveram a casa inundada até a altura do ombro, sábado em Itaguaçu, no Espírito Santo.

De vítimas, passaram a voluntários na igreja local.

Leia abaixo o depoimento de Marinéia.

-

A gente sempre pensa que a água da chuva não vai chegar à nossa casa. E essa casa foi construída com muito esforço nosso. Eu e o Rui estamos casados há 21 anos. Viemos de família muito simples, sabe? Quando casamos não pudemos ter enxoval, nada.

Foi com dificuldade que compramos uma casinha dessas de Cohab. Depois conseguimos começar a construir essa maior. Moramos nela há cinco anos.

A gente já tinha enfrentado outras duas vezes a chuva forte e conseguimos bloquear a água com sacos de areia e lona.

No sábado à tarde, estávamos nós e meu filho em casa. A água começou a subir muito rápido. Nós corremos e tentamos de novo usar os sacos de areia, mas a água veio por cima do muro e invadiu a casa.

Só deu tempo de pegar uma muda de roupa e sair. Peguei o documento do meu marido e o meu. Não consegui pegar mais nada.

Saímos já com a água na altura do ombro. Nos resgataram de barco.

O barco nos levou até a igreja [matriz Nossa Senhora das Graças]. Lá é um dos únicos pontos onde dá para se abrigar, porque o resto está tudo alagado.

Frequento a igreja matriz. Faço parte da equipe de batismo, e eu e meu marido participamos de encontro de casais.

Eu vi várias pessoas chegando com fome, sede. E disse: "Estou aqui, pronta para ajudar". O que for possível eu vou fazer.

O Rui está ajudando a socorrer as pessoas, a buscar água, cesta básica. E eu estou na cozinha.

Meus Deus, está chegando tanta gente, será que vamos conseguir alimentar a todos? Nem dá tempo de pensar no que aconteceu com a minha casa.

Quando a água baixar, vou voltar para casa e ver o que dá para fazer.

Acho que hoje, na nossa cidade, está acontecendo o verdadeiro espírito de Natal, todos dando a mão para o outro. E isso é muito bonito. Ajudar o outro, sem distinção, esse é o verdadeiro sentido do Natal.


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