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Detento foge pela porta da frente de prisão do MA
Quatro ônibus são incendiados; policial aposentado é morto a tiros
Polícia suspeita que ataques em São Luís sejam represália do crime organizado a ação da PM em presídios
Um detento fugiu por um dos portões de entrada do complexo prisional de Pedrinhas, no Maranhão, na noite de quinta-feira.
Nem mesmo a presença de homens da Tropa de Choque da Polícia Militar e da Força Nacional de Segurança bastaram para impedi-lo.
Pedrinhas já acumula 62 mortes de detentos desde 2013. Diante das constantes rebeliões, com a decapitação de presos, órgãos como a OEA (Organização dos Estados Americanos), a Procuradoria Geral da República e o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) cobraram da governadora Roseana Sarney (PMDB) uma solução para o caso.
Relatório do CNJ concluiu que o governo do Maranhão tem sido incapaz de coibir a violência na unidade. O documento, elaborado após visita de juízes e promotores ao complexo em dezembro, denuncia até estupro de mulheres de detentos de Pedrinhas ameaçados por facções.
TROCA DE TURNO
O governo afirmou que a fuga ocorreu quando o monitor da guarita deixou o local antes da troca de turno --e o detento aproveitou a oportunidade para escapar.
O governo disse que o monitor foi punido "e não está mais prestando serviço" no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pedrinhas.
Ainda segundo o governo, o Estado "está adotando providências complementares nas unidades prisionais" da capital para garantir a segurança nos presídios.
Entre as ações listadas pelo governo estadual, estão a ampliação da vigilância com câmeras de monitoramento, a intensificação das revistas nas celas e o reforço da fiscalização interna, com o batalhão de choque da PM, e do lado de fora, com rondas de carros da polícia.
Até a conclusão desta edição, o preso fugitivo ainda não havia sido localizado.
Neste início de ano, em menos de 12 horas mais dois presos morreram em Pedrinhas. Em 2013, foram 60 mortos na unidade --a assessoria do governo chegou a divulgar 59, mas depois confirmou que se tratam de 60 as vítimas do ano passado.
ATAQUES
Em possível retaliação ao endurecimento da segurança em presídios no Maranhão, criminosos atacaram ônibus e uma delegacia em São Luís na noite de ontem.
Até a conclusão desta edição, quatro ônibus haviam sido incendiados, nos bairros João Paulo, Areinha, Vila Sarney Filho e Jardim América. Seis pessoas ficaram feridas, três em estado grave.
Segundo a Polícia Militar, os criminosos entraram nos ônibus, assaltaram os passageiros e, ao sair, atearam fogo aos veículos.
Em outro ataque, a fachada do 9º Distrito Policial da cidade, no bairro São Francisco, foi alvejada por ao menos oito tiros. Um policial militar aposentado foi morto a tiros. Não se sabe se o caso tem ligação com os ataques.
Suspeita-se que os atentados sejam uma represália do crime organizado a ação da PM em presídios do Estado.