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Estações da antiga rota do 'ouro verde' viram sucata

Companhia Mogiana mantém apenas alguns resquícios de estações e trilhos

Casa Branca, a 229 km da capital, teve oito estações, cinco estão destruídas e três, hoje, têm outros tipos de uso

MARCELO TOLEDO ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Antigo símbolo do desenvolvimento paulista, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que já transportou o "ouro verde", como era chamado o café no início do século passado, preserva só resquícios de estações, pontos de parada e trilhos.

As antigas estações praticamente inexistem ou estão, em muitos casos, abandonadas ou servindo de moradia. A malha ferroviária, alternativa possível de transporte no Estado, leva passageiros apenas em trens turísticos, ligando pequenos trechos.

Das 52 estações que existiram entre Campinas, onde começava a Mogiana, e Ribeirão Preto, então capital do café, 17 foram demolidas, nove estão abandonadas e outras nove servem de moradia, algumas em péssimo estado.

Outras 17 são usadas por órgãos públicos e servem como museu, prefeitura, escola ou repartição policial.

A maioria não tem trilhos desde a década de 80 e apresenta mato alto e pichações. Muitas têm vidros quebrados e falta de telhado.

Casa Branca (a 229 km de São Paulo) chegou a ter oito estações. Cinco delas foram demolidas ou abandonadas. Uma serve de moradia e outras duas abrigam uma associação e um órgão público.

"A recuperação [das estações] é um trabalho muito difícil e sabemos que não tem a menor chance de o poder público nos ajudar, porque falta interesse", diz Vanderlei da Silva, gerente da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

A entidade opera a linha turística de 24 km entre estações de Campinas e Jaguariúna (a 123 km de São Paulo).

Presidente do Instituto da História do Trem, de Ribeirão Preto, Denis William Esteves criticou o que considera falta de interesse da administração pública sobre o caso.

"Ribeirão jogou no lixo sua história, o ano de 1883 [quando a Mogiana chegou] é um marco para a cidade. Foi quando a vocação comercial da cidade nasceu", afirma.

O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), órgão responsável pela preservação de bens históricos no Estado, informou que estuda o tombamento de cinco estações ferroviárias no interior de São Paulo.


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