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Wilson Baptista (1913-2014)

Fotografou BH por quase 90 anos

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Ao ganhar uma máquina fotográfica de um amigo da família, aos 12 anos de idade, Wilson Baptista descobriu uma paixão que o acompanharia pelo restante da vida.

Mesmo enxergando apenas com o olho esquerdo desde a infância, passou quase 90 anos registrando pessoas, imagens abstratas, cenas cotidianas e mudanças arquitetônicas em Belo Horizonte, onde nasceu e sempre viveu. É um dos fundadores do Foto Clube de Minas Gerais.

Acompanhou a evolução das câmeras até chegar às atuais digitais --as antigas ocupam um espaço de destaque na sala de sua casa. Sozinho, digitalizou mais de 8.000 negativos, de imagens feitas desde a adolescência.

Seu trabalho ganhou exposições em vários países. A última ainda ocupa o Palácio das Artes, na capital mineira.

Wilson nunca viveu só da fotografia, que considerava mais um de seus hobbies. Era também desenhista, escritor, artesão e inventor, além de atirador e esgrimista. Ilustrou livros, com bico de pena e aquarela, e aos cem anos publicou a novela "A Água".

Formado em direito, assumiu o cartório de registro civil antes comandado por seu pai. Dizia ter casado metade de BH e que, por isso, brincava, não sabia quantos inimigos e inimigas tinha feito.

Aos 80, ficou viúvo de Hortênsia, com quem viveu por quase meio século. Quinze anos mais tarde, então com 95, casou-se com Helta, amiga de uma de suas filhas, com direito a uma grande festa.

Morreu na segunda-feira (13), de falência de múltiplos órgãos, aos cem anos. Teve oito filhos, um deles fotógrafo, 16 netos e 11 bisnetos.


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