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USP, 80

Gigante, USP é pouco ágil em mudanças

Com mais de 90 mil alunos, universidade é 40 vezes maior do que a Caltech (EUA), a melhor escola do mundo

Para especialistas, USP precisa decidir se vai se massificar ampliando o número de alunos ou se investirá em qualidade

DE SÃO PAULO

O gigantismo da USP, que dificulta mudanças no seu vestibular, também emperra saltos da universidade em rankings universitários internacionais. A avaliação é de pesquisadores da área e do responsável por uma das principais listagens.

Por outro lado, é justamente o gigantismo da USP que faz dela uma universidade única, que alia formação de alunos em massa com pesquisa científica de ponta.

A USP tem mais de 90 mil alunos, entre graduação e pós --e está em 226º no THE (Times Higher Education), principal ranking de universidades da atualidade.

Para se ter uma ideia, a líder Caltech (EUA) tem 2.100 estudantes. E a melhor da China, Universidade de Pequim (45º lugar), tem menos da metade dos alunos da USP.

"As instituições menores podem se beneficiar de uma estrutura mais prática de gestão, mais flexível e veloz", diz Phil Batty, editor do THE.

"Pequenos barcos são mais rápidos e mais fáceis de manobrar em comparação a grandes petroleiros --mesmo que esses façam um trabalho muito importante."

O tamanho influencia diretamente o andamento das pesquisas. "Tudo é lento e burocrático", diz a geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Genoma Humano da USP --o maior da América Latina. "Para cada viagem de cooperação científica ao exterior, preciso de uma pilha de papeis", completa.

Ex-reitor da USP e atual pesquisador de ensino superior, Roberto Lobo afirma que o Brasil precisa ter uma universidade "de ponta", o que ajudaria no desenvolvimento tecnológico nacional.

"A USP é a que está mais próxima disso. Mas ela precisa definir sua missão. Quer ter massa, 100 mil, 200 mil alunos, ou quer densidade?".

O orçamento da universidade é compatível com a média das 50 melhores escolas do mundo. "O problema é que ela tem estudantes demais."

Também ex-reitor da USP e ex-ministro da Educação, José Goldemberg afirma que a USP "já é grande, não precisa mais massificação".

Na opinião dele, a instituição deveria se focar em tentar aumentar sua inserção internacional, trazendo mais professores e estudantes do exterior --e mandando mais gente também.


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