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Aruy Marotta (1941-2014)

Enganou a ditadura para ir à URSS

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Em 1964, em plena ditadura militar, Aruy Marotta realizou o sonho de estudar no exterior: ganhou uma bolsa de estudos para a então Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba, na extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Só havia um problema: ele era militar. Por causa disso, precisou pedir autorização ao governo para viajar. "Para estudar onde?", perguntaram-lhe. "Na Sorbonne, claro", foi a resposta, convincente, do jovem carioca Aruy.

"Para a polícia, sempre estive na França, já que os países comunistas nunca carimbavam o passaporte. Recebíamos os vistos separadamente", contou o professor da Unicamp ao jornal da universidade em agosto de 2011.

Aruy elegeu a Rússia, onde estudou física, seu segundo país. Dizia que lá tinha vivido um dos períodos mais felizes da vida. Recordava-se das férias passadas nas montanhas do Cáucaso e na praia de pedras do mar Negro.

Era de lá boa parte de sua biblioteca, hoje doada à Unicamp. Dos mais de mil exemplares, cerca de 700 eram obras técnicas em russo.

Pioneiro na área de plasma térmico, ajudou na implantação de laboratórios do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), entre outros.

Durante a aposentadoria, dedicava-se a cuidar das plantas de seu jardim e a fazer pesquisas sobre óvnis.

Morreu no sábado (11), aos 72, de câncer de próstata. Deixa a viúva, Ana Maria, também física, os filhos, Marcelo, Henrique e Guilherme, três netos, e o irmão, Gilberto.


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