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Consumo em alta faz shopping invadir cada vez mais a periferia

Levantamento feito pela Folha revela que 84% das inaugurações desde 2004 estão fora do centro

Nessas regiões estão os adeptos de 'rolezinhos', que frequentam os empreendimentos em busca de marcas

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

De olho em um mercado gigantesco, que só cresceu nos últimos anos, a indústria de shopping centers tem se voltado para a periferia de São Paulo e outras cidades de sua região metropolitana.

Levantamento da Folha com dados da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) revela que 84% das inaugurações dos últimos dez anos ocorreram fora das áreas nobres da capital --estão excluídas do cálculo, também, regiões com alta renda per capita, como Alphaville.

Desde 2004, 31 shoppings foram abertos na região metropolitana, 26 deles afastados das áreas mais ricas. Alguns deles, como o shopping Campo Limpo (zona sul), têm 49% de seu público formado por pessoas da classe C (que ganham até dez salários mínimos, isto é, R$ 7.249).

É justamente nessas regiões que estão, de forma preponderante, os adeptos dos "rolezinhos", encontros marcados por redes sociais que atraem centenas de jovens a shoppings. Eles entram pacificamente, mas, depois, costumam promover correria.

Os jovens da periferia são, inclusive, parte importante do público-alvo desses empreendimentos.

Dados inéditos do instituto Data Popular dão a real dimensão do tamanho do poder de compra dos jovens da periferia, que frequentam os shoppings, segundo pesquisas da mesma instituição, interessados em preço e marcas de qualidade.

O consumo da periferia de São Paulo (em todo o comércio, incluindo os grandes centros de compra) é duas vezes maior do que o consumo da região central da capital.

A diferença, em valores de 2013, é de R$ 188,78 bilhões para R$ 87,5 bilhões.

Em vários dos itens analisados pelo Data Popular --como consumo de recreação e cultura, produtos de higiene, calçados, vestuários e eletrodomésticos--, as cifras movimentadas pela periferia são 70% do total de vendas.

O movimento da indústria, explica Luiz Fernando Veiga, diretor-presidente da Abrasce, vai ao encontro de uma parcela da população que tem poder de consumo e busca também status, ao ter um centro de compras perto de casa. "As pessoas gostam de dizer: o meu shopping'."

Segundo ele, até o projeto arquitetônico dos shoppings mais periféricos precisa ser bonito e agradável como os das zonas ricas. A abertura de uma unidade é estudada, diz Veiga, por anos. "O mix de lojas é o grande responsável pelo sucesso do lugar."


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