Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Durma com um calor desses

Truques que os paulistanos sacam para tentar driblar as altas temperaturas e tornar a noite mais fresquinha

ROBERTO DE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Se para trabalhar está difícil, dormir, então, tornou-se a mais ingrata das tarefas deste verão. Nestas noites de calor recorde, quando passa da meia-noite, começam a pipocar nas redes sociais suplícios de quem não consegue manter-se sobre a cama.

Há quem disponha de receitas e truques para cair no sono. A empresária Michele Vanzella, 38, diz que sua estratégia é "bem simples": "Faça amor bem gostoso, se incendeie e, na sequência, tome uma ducha congelada. Você vai dormir como um anjinho e terá bons sonhos."

Recém-chegada de Nova York, a modelo Nathalie Edemburg, 21, sofreu um choque térmico em terras paulistanas. Manhattan no verão é muito quente, mas São Paulo está, segundo ela, in-su-por-tá-vel. Receita para cair no sono? "Antes de dormir, eu tomo um chá de hibisco bem gelado e uso uma camisola de seda fresquinha."

A alimentação pode dar uma forcinha na hora de pegar no sono. Para a nutricionista Elaine de Pádua, 36, uma dieta que estimule a produção de serotonina ajuda a contornar as intempéries do verão --a falta dessa substância no organismo pode resultar em alterações do sono.

"Durante o dia, tente incluir em sua alimentação pão e torrada integrais, castanhas e frutas secas", explica. A nutricionista sugere que, duas horas antes de encarar o colchão, a pessoa coma um abacate ou tome um copo de leite de arroz ou de leite de aveia, adoçados com mel ou açúcar mascavo. E, é claro, muita água ao longo do dia.

Nessas horas febris, todo santo ajuda --todo mesmo. O empresário Marcelo Sebá, 45, repete um ritual antes de dormir: reza pela alma do americano Willis Carrier (1876-1950). Willis quem? O inventor do ar-condicionado. "É a minha singela homenagem a esse santo homem", justifica.

Na tentativa de abrandar "o forno", a assistente de produção artística Soraia Maciel, 52, monta uma verdadeira parafernália no quarto: neste janeiro fervido, um climatizador somou-se ao circulador de ar e ao ventilador de teto.

Quando toda a engrenagem entra em ação, aí sim, ela está pronta para iniciar o que chama de "ritual do sono". "Coloco um lençol de algodão e jogo talco. Fica fresquinho", ensina. Não acabou.

"Antes de deitar, faço um escalda-pés' com bastante gelo. Ativa a circulação e deixa os pés geladinhos. E nunca me esqueço de deixar meu leque na cabeceira da cama para qualquer emergência no meio da noite", diz.

Além dos termômetros nas alturas, existe outro fator que contribui para o quarto "pegar fogo". "Estou na menopausa", diz. "Imagina! O calor multiplica por mil para quem está nesse período."

IMAGINAÇÃO

A dançarina Cláudia Rossi, 33, está longe de ter seus ciclos interrompidos, mas anda sofrendo como se estivesse naquela fase. "Com esse calor terrível, acabamos com pouca roupa e muita imaginação", brinca. Moradora da Aclimação (zona sul de São Paulo), Cláudia abre todas as janelas do apartamento e bota a cuca para refrescar.

"Desejo muito um dia de Cleópatra, com meus eunucos me abanando", imagina. "Só quero vento e água fresca com aqueles deuses."

Dona de um bar na animada praça Roosevelt, a comerciante Márcia Chiochetti Possolo, 50, tornou-se uma "ouvidora" de reclamações e receitas para driblar o calor nestas noites fervilhantes.

"Varo a madrugada trabalhando e ouço muitas histórias no balcão", diz ela. "Dia desses, um bebum' me contou que o calor estava tão intenso que ele resolveu a questão chupando gelo", lembra.

Mas, como gelo puro não tem graça, "ele sempre põe uma dose de vodca para temperar' e conseguir o efeito".

Márcia espera ansiosa por uma noite de folga: é quando ela pretende testar a receita.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página