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Famílias também divergem sobre vacina

Parte das mães consultadas pela reportagem diz que boicotará a imunização; outra parte apoia a medida do governo

Mãe teme que vacina seja vista como autorização para início da vida sexual da sua filha, de 11 anos

DE SÃO PAULO

Não é só da parte de alguns médicos que o Ministério da Saúde deve enfrentar resistência na campanha de vacinação contra o HPV.

A vacina ainda provoca dúvidas entre os pais e alguns dizem que vão se opor à vacinação de suas filhas.

Na última semana, a Folha visitou quatro escolas públicas e privadas em São Paulo e conversou com 20 mães. Doze já decidiram que vão autorizar a vacinação, cinco dizem que vão se opor e três ainda não se decidiram.

A psicóloga Malu Feitosa, 49, é uma que já bateu o martelo: a filha H, 11, não será vacinada. A decisão foi amadurecida nos últimos seis anos.

"Quando ela tinha cinco anos, a médica da clínica de vacinação disse que, aos nove, ela já deveria tomar a primeira dose da vacina contra o HPV. Fiquei em choque."

Segundo ela, no início, o primeiro pensamento foi de que a vacina seria uma espécie de "autorização" para o início precoce da vida sexual.

Malu diz que, com tempo, foi conversando com a filha e o marido, e a conclusão foi de que até os "15, 16 anos, não haverá vacinação".

"A vida sexual envolve responsabilidade. A vacina previne contra o HPV, mas não contra outras doenças sexualmente transmissíveis, gravidez. Quando ela tiver responsabilidade para começar uma vida sexual, ela vai tomar a vacina. Até lá, vou dar a formação e a educação."

Já a também psicóloga Alessandra Chohfi, 40, não vê a hora de a campanha começar e a filha J., 11, ser vacinada contra o HPV. "Se tivesse vacina para todas as doenças sexualmente transmissível, eu daria todas", afirma.

"Camisinha estoura, acidentes acontecem, enquanto eu puder proteger minha filha de qualquer coisa que seja, eu farei isso. Eu não tenho controle sobre as coisas que podem acontecer com ela."

Alessandra diz que ainda não conversou a filha sobre a vacina contra o HPV. "Como não conversei sobre a da caxumba ou da poliomielite."

Ela diz que a filha só não foi imunizada ainda devido ao alto custo da vacina nas clínicas privadas.

"Tínhamos outras prioridades, e isso ficou em segundo plano, até porque a J. ainda é uma criança. Não cogita nem beijo na boca ainda", diz a mãe de J., que estuda na rede privada.


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