Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Filho assumiu ter matado cineasta a facadas e ferido mãe, diz polícia

Delegado afirma que Daniel Coutinho, 41, pensava em se suicidar, mas não queria deixar pais sozinhos

Depoimento aponta que vítimas dormiam quando foram atacadas; mulher e agressor continuam internados

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

O cineasta Eduardo Coutinho, 80, e sua mulher, Maria das Dores Oliveira Coutinho, 62, dormiam quando foram atacados a facadas pelo filho do casal, o jornalista Daniel Oliveira Coutinho, 41.

A informação consta dos dois depoimentos dados por Daniel a agentes da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, o primeiro, segunda-feira à noite e o segundo ontem pela manhã.

Segundo a polícia, Daniel disse que pretendia cometer suicídio, mas como "não queria deixar os pais desamparados", resolveu matá-los.

De acordo com o delegado Rivaldo Barbosa, Daniel Coutinho disse que a mãe, que dormia de barriga para cima, foi a primeira a ser atacada. Ferida, ela conseguiu escapar e se trancar no banheiro.

Em seguida, Daniel atingiu Coutinho, que estava dormindo de bruços. O filho saiu do quarto e, na sala do apartamento, desferiu dois golpes de faca na própria barriga.

Ainda de acordo com o depoimento, Daniel então pediu ajuda a vizinhos, que chamaram bombeiros e a polícia.

O crime ocorreu na manhã de domingo. Maria das Dores e o filho permanecem internados --o rapaz está no Miguel Couto, sob a custódia de policiais, e a mãe, em um hospital particular. Ambos passaram por cirurgias e estão em estado estável.

Os depoimentos de Daniel foram acompanhados por dois inspetores com formação em psicologia. O delegado afirmou que, ainda que inicialmente a hipótese de um surto psicótico tenha sido levantada, só depois de um exame os médicos forenses poderão estabelecer se Daniel tem algum distúrbio.

"Não cabe à polícia dizer se ele tem alguma doença mental", afirmou Barbosa.

'ANGÚSTIA'

A hipótese de surto foi levantada porque testemunhas afirmaram que Daniel falava palavras sem nexo e andava cambaleante após ter cometido os crimes.

Mas durante o depoimento, segundo os inspetores, Daniel conseguiu na maior parte das vezes formular um discurso linear. A única coisa que ele não conseguiu explicar foi o motivo do crime.

De acordo com os inspetores, Daniel disse que acordou angustiado, com a sensação de que algo de ruim iria acontecer a ele e à família. Pensou, então, em se suicidar.

"Ele acordou de manhã e resolveu se suicidar. Antes ele disse que pensou: Quem cuida dos meus pais sou eu. Se eu morrer eles vão ficar desamparados. Então, eu vou matar meus pais e depois eu me mato'", afirmou Barbosa.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página