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Não foi 'geração espontânea', diz Alckmin sobre tumulto no metrô

Governador e secretário levantaram hipótese de ação planejada na saída de passageiros dos trens

Anteontem, após falha, usuários desceram nos trilhos e depredaram trens; polícia abriu investigação do caso

DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem suspeitar que o tumulto na linha 3-vermelha do metrô, na noite de anteontem, tenha sido uma ação planejada.

"Eu não acredito que essas coisas sejam geração espontânea, acho que precisa ser investigado", afirmou. "É muita coincidência."

Ontem, a polícia abriu investigação após o Metrô registrar boletim de ocorrência.

Na terça, uma falha em uma das portas de um trem na estação Sé, seguida pelo acionamento de botões de emergência e o desembarque de passageiros nos trilhos, causou a paralisação de parte da linha por cinco horas.

Segundo Alckmin, o problema na porta foi resolvido em menos de dez minutos, mas o transtorno ocorreu "em razão da ação inicial de um grupo de pessoas e depois de vândalos, que acabaram atacando estação, trem e destruindo o patrimônio".

Dos 40 trens que circularam na linha, 19 sofreram danos como vidros quebrados.

A hipótese de sabotagem também foi levantada pelo secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

Ele disse que a circulação só foi interrompida porque "um grupo de vândalos exaltados começou a impedir as pessoas de saírem do trem, começou a solicitar, conclamar, a gritar palavras de ordem para que essas pessoas pulassem na linha do trem".

Com usuários na via, o metrô adota o procedimento padrão de desligar a energia e interromper a circulação.

Alckmin disse que, para evitar episódios parecidos, pretende aumentar o policiamento e adotar tecnologia "no sentido de evitar que sistemas de segurança possam ser utilizados por pessoas pra fazer sabotagem ou pra causar prejuízos".

CALOR

Passageiros que estavam na linha durante o tumulto de anteontem relataram à Folha, logo após o incidente, razões parecidas para o acionamento do sistema que abre as portas dos trens.

Três fatores contribuíram, segundo eles: calor, lotação e falta de informações.

A contadora Lúcia Rocha, 26, disse que estava em um trem que ficou parado no trecho entre as estações Barra Funda e Marechal Deodoro.

"Ficamos 25 minutos sem ar-condicionado e sem informação nenhuma. O pessoal começou a se revoltar, a tentar abrir as portas. Quando conseguiram, muita gente saiu andando", afirmou.

Ontem, o presidente do sindicato dos metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, ligado ao PSTU, disse que Fernandes é irresponsável ao "tentar culpar a própria população por um problema do próprio governo".

Ele disse ainda que os problemas nos trens da linha são notificados há anos ao Metrô.

Segundo Fernandes, foram registrados 16 problemas no sistema todo neste ano. O Metrô não informou o número de 2013. (ANDRÉ MONTEIRO, CÉSAR ROSATI, FELIPE DE SOUZA, GABRIELA TERENZI E LEANDRO MACHADO)


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