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Queimadas crescem mais de 30% no começo do ano

Comparação é entre início de janeiro até anteontem e mesmo período em 2013

Clima seco, falta de chuvas e a baixa umidade relativa do ar são apontadas como razão para o aumento

NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

Em meio à onda de calor e escassez de chuvas, o número de focos de queimadas no início deste ano aumentou em 18 Estados do país --em 7 deles, o total de ocorrências supera até os recordes do período nos últimos 15 anos.

Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que acompanha as ocorrências de queima de vegetação via satélite.

Somente do início de janeiro até anteontem foram registrados 3.131 focos de queimadas no país, ante 2.401 no mesmo período de 2013, um aumento de 30,4%

Na prática, porém, o número é mais alto, já que o sistema detecta apenas incêndios de grandes proporções, com ao menos 30 metros de extensão por um metro de largura.

O avanço, fora da época mais crítica, atinge principalmente o Sudeste, o Sul e uma pequena parte do Norte. Em oito Estados, o número de focos de queima mais que dobrou em relação a 2013.

Em SP, por exemplo, satélites registraram 150 focos este ano, ante 41 no mesmo período do ano passado --um avanço de 266%.

Isso porque, segundo especialistas, choveu menos que o previsto no mês passado, deixando o clima mais quente e seco. As cidades campeãs de focos no Estado são Barretos, Cajati, Praia Grande e Botucatu.

"O clima muito seco, a falta prolongada de chuvas e a baixa umidade relativa do ar são condições propícias para propagação das chamas", diz Alberto Setzer, que coordena o monitoramento no Inpe.

Com previsão de chuva na segunda quinzena deste mês, a tendência é que as queimadas cresçam ainda mais em SP. O Inpe classifica o Estado como de risco crítico de fogo.

Pegos de surpresa, alguns municípios se preparam para o combate às chamas.

"Estamos pedindo apoio da Defesa Civil e até de populares, porque não esperávamos isso em janeiro, que geralmente é época de enchentes", diz a primeiro-tenente Priscila Merize, do 11º grupamento de bombeiros de São José dos Campos.

Segundo ela, os bombeiros registraram 140 casos só em janeiro --o número inclui ocorrências de menor porte.

Apesar de considerar o aumento "preocupante", Setzer ressalta que o número de focos é baixo se comparado ao período de maior risco de queimadas no Brasil, entre junho e novembro.

Ele lembra que a maior parte dos casos ocorre por "ação indevida humana", o que pode configurar crime ambiental. "O clima cria condições para a propagação do fogo, mas quem faz o estrago é o homem", diz.

Segundo especialistas, o fogo empobrece o solo, aumenta a erosão, provoca perda de vegetação e prejudica a permeabilidade da terra, além de fazer mal à saúde.


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