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país em protesto

Jovem confirma ter recebido oferta para ir a manifestação

Caio de Souza cita partidos políticos como possíveis financiadores dos atos

Ministro da Justiça defende investigação; suspeita levantada por advogado é alvo de inquérito policial

DO RIO

Em depoimento à polícia, o manifestante Caio Silva de Souza, 22, afirmou ter recebido oferta de dinheiro para atuar em protestos.

Na declaração dada ontem, Souza disse que "existem sim tais financiadores" e que acredita que "os partidos que levam bandeiras" são os que pagam os manifestantes.

Afirmou ainda já ter visto "bandeiras do PSOL, PSTU e FIP (Frente Independente Popular)" nos eventos dos quais já participou. Os partidos negaram financiar qualquer ato.

Souza depôs no complexo penitenciário de Bangu. A versão confirma a declaração do advogado Jonas Tadeu Nunes de que jovens são "aliciados" para participar de atos e recebem até R$ 150 para provocar "quebra-quebra".

A denúncia é investigada pela Polícia Civil. Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a prática precisa ser apurada. "Temos que investigar a fundo. Se há pessoas que financiam atos de vandalismo e prática de crimes, [elas] têm que ser punidas", disse.

Souza e outro manifestante, Fábio Raposo, 22, estão presos sob acusação de ter deflagrado o rojão que atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade, 49.

O depoente disse, porém, não saber detalhes sobre a fonte de pagamento nem deixou claro se aceitou a oferta.

O depoimento ocorreu sem a presença do advogado Nunes, que, segundo a polícia, não foi localizado a tempo.

O defensor diz que não aceita a declaração como parte do inquérito. "Esse depoimento foi arbitrário, ilegal e, se for confirmado pelo Caio, vou abandonar o caso."

Souza apontou Raposo como o responsável por acender o rojão. Ele contou que o tatuador lhe entregou o artefato dizendo: "Acende aí".

"Mas quem acendeu foi o Fábio enquanto o declarante [Souza] segurava o artefato, que depois colocou no chão já aceso", diz o termo, divulgado pelo jornal "Extra".

Souza afirmou que deixou o rojão na direção dos PMs e não tinha a intenção de acertar o cinegrafista. Disse ainda ter pensado que era um sinalizador, e não um rojão.

Essa versão diverge, em alguns detalhes, das declarações dadas à TV Globo anteontem, quando foi preso na Bahia.

Na entrevista, ele afirmara que acendeu o rojão e achava que se tratava de um "cabeção de nego" --que provoca explosão, mas sem o disparo que matou Andrade.

"O fato de um acusar o outro de ter acendido o explosivo não muda nada. O dois confirmaram que participaram da ação", disse o delegado Maurício Almeida.


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