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Morre o arquiteto Jorge Wilheim, aos 85

Responsável pelo restauro do Pátio do Colégio e do Anhangabaú, urbanista estava hospitalizado desde dezembro

Ex-secretário de Marta Suplicy e Mário Covas, ele desenvolveu planos urbanísticos de cidades como Natal e Curitiba

DE SÃO PAULO

O arquiteto e urbanista Jorge Wilheim morreu na madrugada de ontem em São Paulo, aos 85 anos.

Responsável por projetos de reurbanização de cartões-postais da cidade, como o vale do Anhangabaú e o Pátio do Colégio, Wilheim também foi secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo (1975-79) e duas vezes secretário de Planejamento da capital (nas gestões Mário Covas e Marta Suplicy).

Segundo sua assessoria, ele estava internado desde dezembro de 2013, após ter sofrido um acidente de carro.

O corpo do arquiteto foi velado no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, e enterrado na tarde de ontem, no cemitério Israelita, no Butantã.

Wilheim deixa a mulher, dois filhos e netos.

CARREIRA

Wilheim é considerado um dos urbanistas mais ativos e influentes do país desde os anos 1950, em especial pela elaboração de planos urbanísticos para cidades como Natal, Curitiba e São Paulo.

Na opinião de críticos e acadêmicos ouvidos pela Folha, ele foi uma espécie de herdeiro do ex-prefeito e urbanista Francisco Prestes Maia, que abriu avenidas e ajudou a moldar a malha urbana da cidade de São Paulo --tanto por sua obra urbanística quanto por sua atuação política.

O arquiteto nasceu em 1928, na cidade italiana de Trieste. Aos 12 anos, veio com a família para o Brasil.

Ainda na década de 1950, recém-formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, enfrentou o desafio de projetar uma nova cidade para 15 mil pessoas no Mato Grosso, com a finalidade de desenvolver a região.

O arquiteto era expressivo formulador do "planejamento estratégico" no Brasil, conceito criado pelos teóricos Manuel Castells e Jordi Borja.

"Ele é um urbanista de cartilha moderna, alguém que acreditava no planejamento, um grande plano coerente, para melhorar a vida da cidade", afirma Guilherme Wisnik, crítico de arquitetura e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Em nota, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, afirmou que Jorge Wilheim "deixa enorme vazio pela sua lucidez, visão de mundo, competência e seriedade".

Num de seus trabalhos mais recentes, seu escritório prestou consultoria ao Ministério dos Esportes para o projeto urbanístico dos Jogos Olímpicos de 2016.

Na área política, suas principais marcas no governo estadual foram a criação do Procon, da Fundação Seade, da EMTU e do "Passe do Trabalhador", hoje conhecido como vale-transporte.

Jorge Wilheim é autor de dez livros sobre vida urbana, sendo "São Paulo: Uma Interpretação" (ed. Senac), de 2011, o mais recente.


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