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Anna Mestieri de Abreu (1912-2014)

Entre costuras e as novelas do filho

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Os anos como modista haviam ficado para trás, mas a paulista Anna Mestieri de Abreu não perdia o gosto de desenhar e, quando possível, costurar belos vestidos.

Para cada sobrinha, fez o croqui do vestido de noiva. Nos fins de ano, comprava metros e metros de tecido para criar peças que depois seriam doadas a meninas carentes pelo centro espírita kardecista do qual participava.

Anna aprendeu os segredos do ofício com um alfaiate. Começou fazendo calças, até chegar à alta costura. Abriu seu próprio ateliê em Catanduva, no interior de São Paulo, onde produzia vestidos de noiva e de festa.

Foi nessa cidade que conheceu o pianista Mozart. Enfrentou o preconceito da família, que não aceitava que ela se envolvesse com alguém desconhecido -ele era de São Paulo-, e com ele viveu um casamento de 68 anos, até ficar viúva, em 2008.

Gostava de beber vinho e uísque e de assistir às novelas de Gilberto Braga e de Silvio de Abreu, seu segundo filho. Aliás, adorava dizer que era mãe do dramaturgo.

Quando se aproximava o final de uma trama escrita por ele, era questionada por todos sobre qual seria o desfecho dos personagens. Anna, porém, nunca sabia, pois Silvio se negava a contar qualquer coisa, apesar dos apelos da matriarca durante os almoços de domingo em família.

Muito acolhedora, também era do tipo decidida, que resolvia qualquer problema.

Tinha mielodisplasia. Morreu no dia 8, aos 101. Além de Silvio, é mãe de Ubaldo, já falecido, Antonio Carlos e Ana Maria e avó de Juliana.


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