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Professor briga com a mulher e se joga do 13º andar com filho de 6 anos

Vizinhos e a criança tentaram convencer homem a não pular de uma altura de 45 metros em Osasco

Professora da USP, mulher diz que foi agredida pelo marido sem razão aparente; ela está internada

CÉSAR ROSATI DHIEGO MAIA DE SÃO PAULO

Após brigar com a mulher, um professor de inglês se jogou, com seu filho de 6 anos no colo, do 13º andar de um edifício de classe média na noite de anteontem em Osasco, na Grande São Paulo.

Segundo a polícia, Edemir de Mattos, 52, discutiu com sua mulher, Celia Regina Pesquero, 49, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, e cometeu suicídio abraçado com Ivan Pesquero, 6. Tanto ele quanto a criança morreram na hora.

O caso ocorreu por volta das 22h40 na avenida Manoel Pedro Pimentel, no bairro Continental, próximo à divisa com São Paulo.

Pouco antes, vizinhos tentaram impedir que Mattos pulasse --negociando com ele pela sacada do apartamento.

Celia disse à polícia que preparava um lanche quando Mattos começou a ser agressivo com ela. Horas antes, pai e filho brincavam no pátio do condomínio.

Ela afirmou que foi agredida pelo marido com "chutes e pontapés", que inclusive fraturaram seu maxilar. No depoimento, disse que "não houve motivo para a briga".

Encaminhada ao Hospital Municipal Antonio Giglio, ela permanecia internada ontem à noite. O depoimento de Celia foi colhido por PMs, no caminho para o centro médico.

O zelador e vizinhos tentaram negociar com Mattos depois de ouvirem a briga.

"Não chega perto senão eu vou pular", dizia Mattos, conforme relatado em boletim de ocorrência. De dentro do apartamento, Celia dizia: "seu filho! seu filho!". O menino, segundo registro da polícia, chegou a pedir que seu pai parasse com as ameaças para deixá-lo com a mãe.

Mattos não atendeu aos apelos e pulou. Ao negociar com ele pela sacada, vizinhos rasgaram a rede de proteção do apartamento ao lado.

Eles tentaram entrar no apartamento, mas não conseguiram porque a porta estava trancada. À polícia, Celia não disse por que não a abriu.

Uma faca, possivelmente usada por Edemir para cortar a tela de proteção da sacada, foi apreendida pela polícia. No bolso da calça dele, peritos encontraram R$ 901,00.

ANIVERSÁRIO

Testemunhas ouvidas na delegacia --onde a ocorrência foi registrada como lesão corporal, homicídio e suicídio-- disseram que Mattos tinha um histórico de agressividade contra sua mulher.

Os dois eram casados havia sete anos, e as brigas eram frequentes, de acordo com conhecidos do casal.

O menino fez aniversário no último sábado e uma festa foi organizada em um bufê infantil na cidade. Dos pais, Ivan ganhou um carrinho com o qual brincava horas antes de morrer.

Na manhã de ontem, a movimentação no prédio da família era grande. Vizinhos comentavam sobre o caso e crianças choravam antes de ir para a escola.

Segundo relatado pela mulher no boletim de ocorrência, Edemir tinha uma filha de outro casamento. Ela disse que ele estava "traumatizado" com a separação, porque não podia ver a criança.

Segundo Celia, as brigas sempre aconteciam por causa do filho de 6 anos.

De acordo com ela, ele já havia ameaçado "sumir com a criança" ou que "iria se matar com ela".


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