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Guarujá lidera índice de roubos por ano no Estado

Em 2013, cidade do litoral registrou 1.342 casos por cem mil habitantes, mais que o dobro da média paulista

Levantamento da Folha considerou municípios mais populosos; para a polícia, número de turistas explica crimes

ANDRÉ MONTEIRO REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

Na manhã de 7 de julho, um grupo de três paulistanos chegava a Guarujá, no litoral sul de São Paulo, para um torneio esportivo. Decidiram usar a avenida Tancredo Neves para chegar à praia de Pernambuco. No caminho, foram assaltados duas vezes.

"Primeiro fomos abordados por quatro bandidos armados, cada um chegou em uma janela. Levaram nossas carteiras, iPhones, tênis e até camisetas", lembra um administrador de 36 anos que prefere não dizer o nome.

Cerca de 200 metros depois foram abordados por outro bando. "Como já não tínhamos nada para entregar, disseram que iríamos morrer. Mas acabaram abrindo o porta-malas e levaram nosso material esportivo importado."

Tabulação feita pela Folha aponta que, no ano passado, Guarujá teve a maior taxa de roubos por cem mil habitantes do Estado --1.342. A média estadual foi de 589.

A taxa foi calculada a partir dos dados da Secretaria da Segurança Pública e a população estimada pelo IBGE. Foram considerados apenas os 76 municípios com mais de cem mil habitantes.

Outras cidades do interior também lideram em outros crimes. Barretos (a 423 km de SP) teve os maiores índices de estupro, furtos e agressões. Já Diadema (Grande SP) e Limeira (a 151 km de SP) lideram em roubo e furto de veículos, respectivamente.

Em Guarujá, os assaltos recorrentes já mudam a rotina de moradores e de turistas.

Condomínios de luxo como o Acapulco passaram a oferecer escolta armada desde a entrada da cidade.

Após sofrer dois assaltos no ano passado, uma agência do Banco do Brasil no distrito de Vicente de Carvalho suspendeu pagamentos e depósitos em dinheiro.

Um aviso colocado na porta em dezembro dizia ser "por motivos de segurança pública", mas oficialmente a instituição disse que houve um período de reformulação de seu plano de segurança.

No mesmo local dos dois assaltos seguidos, os casos se repetem há anos. No mês passado, o secretário-geral da Cruz Vermelha em São Paulo, Fernando Garzon, 64, foi baleado no braço e no abdome após ser roubado.

GEOGRAFIA

Para o delegado Aldo Galeano Júnior, responsável pela Baixada Santista, o índice de roubos na cidade se deve ao aumento da população no verão e nos fins de semana.

Oficialmente, o governo considera que a taxa de roubos por cem mil habitantes de Guarujá é de 693, pois inclui no cálculo uma projeção da população flutuante.

Outro fator que dificulta o combate aos crimes, segundo Galeano Júnior, é a geografia. "Guarujá é parecida com o Rio. Tem seis ou sete quadras com alto poder aquisitivo e o resto é morro."


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