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Invasores destroem imóveis do Minha Casa

Moradores incendiaram apartamentos na zona leste em retaliação à desocupação pela PM, que fala em ação de infiltrados

Confronto com polícia deixou 2 detidos e 21 feridos; invasores acusaram tropa de agir com violência

DE SÃO PAULO

A reintegração de posse de um conjunto do Minha Casa, Minha Vida invadido na região de Itaquera, na zona leste, terminou em confronto entre PMs e moradores, que incendiaram ou destruíram centenas de apartamentos.

Para impedir a ação da polícia, barricadas foram montadas de madrugada pelos invasores --que resistiram e, até a noite, praticavam atos de vandalismo nos edifícios.

Moradores lançaram coquetéis molotov contra os PMs, que responderam com disparos de balas de borracha e bombas de efeito moral.

Ao longo do dia, enquanto deixavam as unidades, invasores destruíram os apartamentos do programa federal --que, além de incendiados, tiveram portas, vidros e janelas quebrados e pichados. Vasos sanitários eram lançados do quinto andar; caixas d'água foram estouradas.

O comandante da operação da PM, major Edilson Batista, disse que a resistência violenta foi orquestrada por "infiltrados". "Eram pessoas que precisamos identificar que estavam dentro do movimento deles, com um único objetivo de realmente criar uma situação de confronto."

Dois manifestantes foram detidos e ao menos 21 pessoas ficaram feridas, incluindo um PM. Um morador do conjunto habitacional teve ferimentos graves, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, que não divulgou detalhes.

O conjunto Residencial Caraguatatuba foi invadido no fim de julho. Com a reintegração de posse, ele deve ser destinado a famílias com renda mensal de até R$ 1.600.

Ontem, moradores diziam que, apesar de se tratar de uma invasão, eles pagavam condomínio de R$ 60 a uma imobiliária e muitos haviam dado até R$ 4.800 a intermediários por uma vaga em um dos 940 apartamentos.

Cerca de 120 PMs participaram da desocupação, que deve prosseguir hoje. Foram montadas sete barricadas pelos invasores, que disseram que a polícia agiu com violência --a corporação nega. Houve confronto com PMs tanto de manhã como à tarde.

"Eram bombas de todos os lados, inclusive partindo do helicóptero que sobrevoava os prédios. Parecia aquela guerra da Síria", disse o pedreiro Sebastião Antonio, 53.

Segundo a Caixa Econômica Federal, as famílias invasoras foram avisadas sobre a reintegração desde setembro. Uma equipe fará vistoria para avaliação dos danos. (FABRÍCIO LOBEL, CESAR ROSATTI, EMILIO SANT'ANNA E FELIPE SOUZA)


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