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Justiça de São Paulo decide isolar membro de facção criminosa
Andinho é acusado de usar celular dentro de presídio no interior para ordenar crimes
Após escutas telefônicas, a Justiça de São Paulo determinou na última segunda-feira a transferência do preso Wanderson Nilton de Paula Lima, conhecido como Andinho, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) por 360 dias. Cabe recurso da decisão.
Andinho é considerado um dos chefes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que atua dentro e fora de presídios.
Condenado a 688 anos de prisão por sequestros, roubos, homicídios e tráfico de drogas, Andinho está preso em Presidente Venceslau (a 611 km de São Paulo). O RDD é cumprido em Presidente Bernardes, na região.
O RDD prevê que o preso fique isolado 22 horas por dia, sem contato com outros detentos, televisão ou jornais. São permitidas apenas duas horas diárias de banho de sol.
Nos próximos dias, a Justiça deve decidir se Marcos Camacho, o Marcola, principal chefe do PCC, irá para o RDD.
A decisão sobre Andinho, do juiz Paulo Eduardo Sordi, atende a pedido feito no ano passado pelo secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes.
O Gaeco (grupo que investiga o crime organizado) do Ministério Público de Campinas obteve, durante investigação, várias gravações que comprovariam que Andinho estava dando ordens a criminosos de dentro do presídio.
Na mesma investigação, o Gaeco acusou sete policiais do Denarc (departamento de narcóticos) de ganhar "mesada" de traficantes para passar informações para o PCC. Os policiais negam.
Segundo o juiz, as escutas "constituem indícios veementes da posição de liderança exercida" por Andinho, apesar de ele estar em unidade de segurança máxima.
"Valendo-se de aparelho celular interceptado, [Andinho] participou ativamente da articulação de crimes de gravidade inconteste", afirma o juiz na decisão.
A Folha não conseguiu localizar os advogados de Andinho. À Justiça, sua defesa disse que não era ele o interlocutor nas conversas gravadas. O juiz não acatou o argumento.