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Ação da polícia em favela causa protesto em SP
Moradores da favela do Moinho dizem ter sido agredidos; polícia afirma que foi recebida a tiros
Uma ação do Denarc (departamento de narcóticos) ontem na favela do Moinho, centro de São Paulo, causou protesto dos moradores, que fecharam as duas pistas da avenida Rio Branco à noite.
Eles colocaram fogo em móveis e entulhos na esquina do viaduto Orlando Murgel com a alameda Eduardo Prado. A via foi liberada por volta das 19h50.
A PM disse que utilizou balas de borracha e munição química para conter o protesto e que houve ameaça de incendiar ônibus.
Segundo os moradores, policiais civis chegaram à favela em dois carros descaracterizados por volta das 17h. Fizeram buscas em casas, xingaram moradores e levaram um menor de idade detido.
Um grupo tentou impedir o carro de deixar a favela, sem sucesso. Minutos depois, os policiais retornaram em maior número. Moradores exibiram cápsulas calibre.40 que, segundo eles, foram usadas pela polícia na ação.
Crianças que chegavam da creche na hora da confusão se esconderam numa guarita da CPTM perto da favela.
Em nota, a pasta da Segurança Pública disse que os policiais foram recebidos a tiros e que não houve "truculência" policial. A ação foi motivada por denúncia de que traficantes tinham recebido carregamento de drogas para o Carnaval.
A secretaria disse que, por causa da reação dos moradores, foi acionado reforço.
Na operação foram apreendidos um menor de idade, 259 porções de cocaína e 150 pedras de crack. (LEANDRO MACHADO E FERNANDA PEREIRA NEVES)