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Ernesto Paulelli (1914-2014)

O Arnesto do samba de Adoniran Barbosa

DO "AGORA" DE SÃO PAULO

No começo dos anos 1930, o violonista Ernesto Paulelli teve um encontro que mudaria sua vida. Convidado a se apresentar na rádio Record, conheceu Adoniran Barbosa.

O sambista pediu um cartão a Ernesto e, ao ler o nome do rapaz, saiu com um "Arnesto". Após ser corrigido, Adoniran falou: "Você é Arnesto e eu vou te fazer um samba, porque teu nome dá samba, rapaz. Você aduvida [sic]? Pode esperar que eu vou te fazer um samba".

Ernesto esperou até 1955 para escutar a música prometida. Ao ouvir no rádio o "Samba do Arnesto", abraçou a mulher, Alice, e chorou.

Dois anos mais tarde, reencontrou o músico que imortalizou seu nome no samba paulistano. "Camarada, é a coisa mais linda que você podia fazer para mim. Eu te agradeço de coração", disse.

O próprio Adoniran Barbosa (1910-1982) admitiria no programa de Aírton e Lolita Rodrigues, na extinta TV Tupi, que Ernesto Paulelli havia sido a inspiração para a letra. A gravação do episódio, porém, se perdeu num incêndio na emissora, em 1978.

"Ele foi meu exemplo de vida. Nunca mais vai existir um homem como ele", disse sua filha, Valéria. "Meu coração hoje está sangrando."

Ernesto tinha o sonho de se tornar advogado, desejo que perseguiu até conseguir se formar, já com 60 anos. Praticou a profissão por mais 30.

Morreu ontem, aos 99 anos, depois de uma parada cardiorrespiratória. Deixa dois filhos, nove netos e nove bisnetos. O enterro está marcado para as 10h de hoje, no cemitério do Araçá, na região central de São Paulo.


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