Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Cotidiano

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Governo pedirá isolamento de chefes do PCC envolvidos em plano de fuga

Se solicitação for aceita, Marcola e outros 3 membros da facção podem ser trancados 22 h por dia

Secretário da Segurança manda abrir inquérito para apurar vazamento; polícia faz tocaia há 10 dias para frustrar fuga

REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) pedirá à Justiça o isolamento de quatro chefes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), incluindo o número um da organização, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Eles estão presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (611 km de São Paulo) e, com ajuda de criminosos que estão soltos, tinham um plano de fuga previsto para ser executado amanhã.

Se a Justiça aceitar o pedido, Marcola e os demais, pertencentes ao segundo escalão da facção criminosa, ficarão no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), que prevê isolamento 22 horas por dia (leia texto abaixo).

Em 2013, com base em outras investigações, o Ministério Público já havia pedido a transferência de Marcola para o RDD, mas a Justiça negou em primeira instância.

O governo avalia que, agora, após o plano de fuga vir à tona, as provas de que Marcola representa perigo são mais contundentes.

Também em 2013, escutas telefônicas flagraram conversas em que membros do PCC prometiam fazer retaliações, com ataques nas ruas, caso os chefes da facção fossem para o regime de isolamento.

O plano de resgate de Marcola, de Cláudio Barbará, de Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, e de Luiz Eduardo Marcondes, o Du Bela Vista, era investigado em sigilo pelas polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público desde janeiro do ano passado.

A fuga utilizaria dois helicópteros, que içariam os quatro do pátio do presídio e os transportariam ao interior do Paraná. De lá, um avião os levaria até uma fazenda no Paraguai, onde os fugitivos seriam esperados por outro membro da organização.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, o plano das forças de segurança era prender os criminosos em Curitiba, de onde eles partiriam com helicópteros alugados rumo à penitenciária.

Homens do COE (Comando de Operações Especiais) da PM fazem guarda camuflados há dez dias no entorno do presídio com armas capazes de abater helicópteros --que, segundo o plano do PCC, chegariam disfarçados de helicóptero Águia da PM.

"Isso [abate das aeronaves] seria cautela extrema caso eles conseguissem chegar até o presídio. A gente tinha o planejamento de interceptá-los logo na saída", disse Grella.

"Se o plano fosse mesmo se concretizar, teríamos condições, agora no sábado [amanhã], de realizar a prisão lá em Curitiba", completou.

O Deic, departamento que investiga o crime organizado, deve pedir hoje a prisão temporária dos cinco homens que estão soltos e iriam ajudar na execução da fuga. A chance, porém, de eles serem encontrados agora é reduzida.

Grella criticou o vazamento da investigação e afirmou que abrirá um inquérito por "quebra de dever funcional de sigilo". O vazamento causou mal-estar entre a pasta chefiada por ele e a Administração Penitenciária, que também ajudava na investigação.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página