Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Ex-secretário ataca gestão Alckmin em redes sociais
ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULOFuturo candidato a deputado federal pelo PMDB, o ex-secretário da Segurança Pública Antonio Ferreira Pinto abriu uma ofensiva contra a política anticrime do governo Geraldo Alckmin (PSDB) --do qual fez parte até 2012.
Os ataques são por redes sociais, onde agora ele classifica a gestão como "tímida" no combate ao crime organizado.
A Folha não encontrou, nas redes sociais, o mesmo tom em relação à política prisional. Ferreira Pinto é ligado a Lourival Gomes, que foi seu adjunto na Secretaria de Administração Penitenciária. Quando assumiu a da Segurança, Gomes virou titular da pasta.
Após se filiar ao PMDB, partido que tentará emplacar Paulo Skaf no lugar de Alckmin, o ex-secretário passou a gravar uma série de vídeos no YouTube, batizada como "Ferreira Pinto revela".
Num deles, diz: "Antigamente, quando a polícia chegava, o marginal corria. Hoje, quando chega, ele enfrenta".
Para ele, seu sucessor, Fernando Grella, está equivocado ao tratar a PM "como uma organização criminosa".
Seu estilo "Rota na rua" lembra o deputado Paulo Maluf. Diz que a tropa de elite da PM está "desprestigiada" e se tornou um "desmanche".
"Isso sempre por essa visão equivocada de que deve baixar a letalidade. A letalidade da Rota pode ser baixada a zero, basta que eles fiquem jogando futebol no quartel. Aí o ladrão vai entrar na nossa residência."
DIVIDENDO POLÍTICO
Nos vídeos, ele lembra que, quando assumiu o cargo de secretário em 2009, teve como uma das metas o fortalecimento da Rota. Convidou o coronel Paulo Telhada para comandar a tropa.
O resultado foi o aumento de 54% no número de mortos pela PM logo no primeiro ano.
Ele também ficou conhecido por dizer que o PCC se resumia a "30, 40 pessoas" que controlam o tráfico.
E, no ano passado, acusou Alckmin de buscar dividendo político com uma ameaça feita pela facção criminosa.
Ontem, a Folha ligou para Ferreira Pinto para falar sobre o plano de fuga da facção. "Tomei ciência pela imprensa desse fato", disse. Ele pediu para a reportagem ligar mais tarde, mas não atendeu mais o telefone.
Ferreira Pinto foi levado ao PMDB pelo ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, defensor da política linha dura pela PM e que governava o Estado quando a corporação entrou no Carandiru, em 1992, resultando na morte de 111 presos.