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Não há plano de racionar água, diz Alckmin
Segundo tucano, haverá avaliação ao longo de março; resolução de órgão técnico prevê reduzir captação de água
Departamento estadual diz que recomendação é de órgão consultivo e não implica restrição automática de consumo
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem que a Sabesp não tem um plano de racionamento de água para a Grande São Paulo. Segundo ele, a situação do sistema Cantareira, que opera no pior nível de sua história, será monitorado em março.
Ontem, a Folha revelou que um grupo técnico que acompanha o sistema recomendou a redução da retirada de água do local. A comissão é formada por especialistas de órgãos estaduais e federais, inclusive da companhia de abastecimento.
A recomendação foi acatada pelos dois órgãos técnicos que regulam o Cantareira --a ANA (Agência Nacional de Águas) e o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica)-- e será transformada em uma resolução.
"Não [há plano], porque a recomendação da ANA e do Daee diz que ao longo do mês de março [o abastecimento] deve ser avaliado. Então, vamos avaliar", disse Alckmin.
Se publicada, a resolução valerá como norma. A Folha apurou que o corte deve ser grande o suficiente para impedir que o fornecimento do Cantareira permaneça no patamar atual. O racionamento, assim, deve ser inevitável.
A hipótese é de que seja feito um rodízio em alguns bairros. Para minimizar o impacto, algumas áreas seriam abastecidas por sistemas alternativos, como já acontece na zona leste da capital.
À Folha, a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, a quem a ANA é subordinada, disse que os termos da proposta de redução de captação no Cantareira foram aprovados em "consenso" por todo o grupo técnico.
"A ANA autoriza a vazão [da água no sistema] junto com o Daee. A implementação é exclusiva da Sabesp, que opera o sistema."
Questionada sobre a recomendação, a Sabesp listou investimentos e ressaltou resultados do programa de incentivo à redução do consumo.
Em nota, o Daee disse "refutar" as informações divulgadas ontem. O órgão diz que o grupo técnico tem caráter consultivo e nem "sequer recomendou um dia específico para eventual redução do volume de captação".
"Vale lembrar que a hipótese de redução não implica, automaticamente, restrição de consumo."