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Portela foi a única escola saudada pelo grito de 'é campeã'
Após anos de má administração, escola renasceu; Rio conhece hoje a vencedora
Em um ano em que as escolas do Grupo Especial do Rio apresentaram desfiles acima da média dos últimos anos, Salgueiro, Beija-Flor e Portela despontam, por motivos diferentes, como as mais sérias candidatas ao título de campeã de 2014.
A vencedora será conhecida hoje a partir das 16h, quando começa a apuração. A última colocada desce para o grupo de acesso.
Na segunda-feira a Portela fez seu melhor desfile dos últimos anos. Contando a história da avenida Rio Branco, mostrou que se recuperou de anos de má administração.
Trouxe uma águia, símbolo da escola, montada sobre um drone, sobrevoando a pista, e uma referência aos protestos em um carro onde um gigante adormecido despertava e ficava de pé.
A Portela foi a única a ouvir o coro de "é campeã", talvez mais pela alegria do público em presenciar seu renascimento do que por uma flagrante superioridade sobre as concorrentes.
O Salgueiro apostou em tons terrosos para contar a criação do mundo no enredo "Gaia". Fez um desfile praticamente perfeito. Tinha um samba com refrão forte e fantasias e carros impecáveis.
Mas, por causa de seu gigantismo, as últimas alas, longe da bateria, perderam a empolgação inicial.
Já a Beija-Flor aproveitou tudo o que o personagem de seu enredo, o ex-diretor da Rede Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, tinha a oferecer. Carros com alta tecnologia --um deles exibia imagens do público ao vivo-- e artistas a rodo.
Mas contar vida e obra de um executivo da televisão não é tema dos mais empolgantes.
União da Ilha, Mocidade Independente, Imperatriz Leopoldinense e Unidos da Tijuca também fizeram belos desfiles.
Imperatriz e Tijuca homenagearam dois ídolos, Zico e Ayrton Senna, respectivamente. Mas a empolgação do público em ver o ex-jogador foi esfriando na medida em que os carros da Imperatriz, gigantescos, enfrentavam dificuldades para passar pela avenida.
Na Tijuca, o carnavalesco Paulo Barros repetiu alguns de seus truques, como as alegorias vivas, mas sem o brilhantismo de anos anteriores.
A Ilha divertiu o público com um enredo alegre sobre brincadeiras infantis.
Penúltima colocada no ano passado, a Mocidade fez como a Portela: recuperou-se. O enredo dedicado a Pernambuco permitiu que a bateria desse, mais uma vez, um espetáculo, com sanfona e bossa de forró nas paradinhas.
Caminho inverso fez a Unidos de Vila Isabel. Campeã em 2013, mas atravessando uma crise financeira, desfilou com alas desfalcadas, já que parte das fantasias não foi entregue a tempo. Corre o risco de, um ano depois do título, ser rebaixada.
