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Prefeito do Rio multa a si mesmo após ser filmado atirando lixo
Flagrado em vídeo, Eduardo Paes diz que não se lembra, mas acredita ter jogado resto de comida em direção a lixeira
Em meio à crise da greve de garis, peemedebista determinou que companhia de limpeza urbana o autuasse
Em meio à crise da greve dos garis, que deixou as ruas do Rio tomadas por lixo, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) mandou que a companhia de limpeza urbana, a Comlurb, o multasse por causa de um vídeo em que ele parece jogar restos de alimento no chão.
Nas imagens, feitas em 15 de fevereiro e postadas ontem numa rede social, Paes come uma fruta num evento em Sepetiba (zona oeste), enquanto ouve um discurso, com muitos elogios a ele, do vereador Willian Coelho (PMDB).
Em certo momento, arremessa longe um pedaço do que comia. Segundos depois, joga outro na mesma direção. Não é possível ver, nas imagens, onde o lixo foi parar.
Lei em vigor no Rio desde agosto multa quem jogar lixo no chão com valores que variam de R$ 157 a R$ 3.000, dependendo do volume jogado.
Em nota, a prefeitura disse que o prefeito não se lembrava de "detalhes do episódio" e que o vídeo "efetivamente não mostra Paes jogando ao chão um pedaço de fruta".
"Mas ele acredita que, conforme o próprio vídeo indica, tenha lançado o resto de fruta na direção de uma lixeira mais afastada, ou para que um de seus assessores fizesse o descarte em local adequado", prossegue a nota.
Na dúvida sobre se jogou ou não restos de alimento no chão, "já que não se lembra do ocorrido", Paes determinou que a Comlurb o multe.
A nota não diz quanto ele pagará por descumprir a lei.
GREVE
Por causa da greve, as ruas continuaram sujas ontem, pelo sexto dia seguido. Caminhões e equipes com escolta policial começaram a limpar alguns pontos, como a avenida Presidente Vargas, onde o lixo interditou algumas pistas.
Da manhã, um grupo de cerca de 300 pessoas decidiu manter a greve. Depois, saiu em passeata até a Câmara.
A paralisação afeta cerca de um terço da coleta, disse o presidente da Comlurb, Vinicius Roriz. "Não é a falta desses 300 que está prejudicando a operação. São esses piquetes, impedindo que caminhões saiam às ruas e intimidando quem quer trabalhar."
A Comlurb tem 15 mil garis, dos quais 4.000 atuam diretamente na limpeza urbana. Desses, diz Roriz, de 65% a 70% não trabalharam. A comissão de greve não informou sua avaliação da adesão.
O sindicato da categoria é contrário à greve e aceitou a proposta da prefeitura, mas o movimento não concordou.
Os garis pedem reajuste de R$ 803 para R$ 1.200, mais 40% de insalubridade. A prefeitura oferece piso de R$ 874, mais 40% de insalubridade.