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Cotidiano

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Etelvina Camargo Barros Di Lallo (1921-2014)

Costureira que doou seu corpo para a ciência

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Há alguns anos, Etelvina saiu de casa para tomar providências em relação à sua morte. Não visitou cemitérios nem funerárias, e sim a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Quando morresse, queria que seu corpo fosse usado para pesquisas.

Tudo acertado, deixava sempre anotado na agenda o nome e o telefone de quem deveria ser avisado na instituição quando ela morresse.

E assim fez a filha Wilma no último dia 6. "As pessoas ficavam surpresas quando dizia que não haveria enterro, mas depois achavam que ela teve uma bonita atitude."

Etel sempre foi admirada por sua obstinação. Depois que a mãe ficou cega, ainda criança passou a cuidar sozinha do sítio onde viviam, em Piraju (SP). Além dos trabalhos domésticos, era responsável pelos irmãos.

Para ajudar nas despesas, aprendeu a costurar, ofício que exerceria pelo restante da vida. Especializou-se em alta costura e era perfeccionista em pontos invisíveis, principalmente em musselina de seda, seu tecido favorito.

Ainda hoje rolos de etiquetas com a marca da confecção que teve são encontrados pela sua casa, em São Paulo.

Por um tempo, também vendeu peças em tricô e flores para decoração que ela mesma fazia, além de trabalhar como secretária e nos Correios. Tudo sem deixar a máquina de costura de lado.

Só abandonou as linhas e agulhas com mais de 70 anos, por causa de problemas nas articulações das mãos.

Morreu aos 92, de câncer pancreático. Viúva desde 88 de Horácio, teve três filhas, seis netos e quatro bisnetos.


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