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Baptista Pinto Ferreira (1925-2014)

O generoso 'Baptista Pipoqueiro'

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Um passeio pelo centro da paulista Monte Alto era uma boa pedida para comprar a pipoca do "seo" Baptista, tido como patrimônio da cidade.

Foram 52 anos empurrando o carrinho branco pelas ruas. "Baptista Pipoqueiro" acompanhou a criação e o fechamento de cinemas, participou de inaugurações de lojas, conheceu crianças que depois levaram seus filhos e até netos para provar sua pipoca.

O produto oferecido nada tinha de diferente. Trabalhava com as versões clássicas: salgada --sua preferida-- e doce com cobertura de groselha. O que atraía a clientela era sua simpatia e generosidade. Tivessem dinheiro ou não, os pequenos sempre levavam um pacotinho.

Quando sabia de alguma criança carente que estava doentinha, Baptista ia até a casa dela para levar pão, leite e, claro, muita pipoca.

Não tinha descanso nem nas horas de descanso. Para contentar filhos, netos ou sobrinhos, estourava uma panela de grãos de milho.

Tinha muito orgulho da profissão, que lhe permitiu comprar casa e sustentar dez filhos, sem contar os "adotivos" que ajudou a criar.

Não deixava que ninguém limpasse ou mesmo empurrasse seu companheiro de mais de meio século --que não foi sempre o mesmo.

"Aposentado" desde 2010, quando o pipoqueiro parou de trabalhar por causa de problemas de saúde, o carrinho foi reformado e hoje está sob os cuidados de um dos filhos.

Baptista morreu na segunda, aos 89, de pneumonia. Viúvo desde 2010 de Olympia, companheira de 65 anos, deixa nove filhos, 22 netos, 15 bisnetos e um trineto.


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