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Rogério de Souza Poly (1952-2014)

Ator da trupe Dzi Croquettes

ANDRESSA TAFFAREL DE SÃO PAULO

Dona Nete sempre achou um escândalo ver o filho Rogério de "bunda de fora" no palco, ao lado do irmão Reginaldo e dos outros 11 integrantes do grupo Dzi Croquettes, ícone da contracultura brasileira dos anos 1970, em plena ditadura militar.

Vestidos de mulher, compondo um visual andrógino cheio de pluma e purpurina, a trupe fazia um show irreverente e debochado, que misturava teatro, dança e humor.

Com o final do Dzi Croquettes, ainda na mesma década, Rogério viveu cerca de 30 anos em Paris, cidade onde o grupo virou coqueluche. Lá, entre outras coisas, trabalhou com decoração. Nunca mais subiu em um palco.

Não deixou de lado, porém, o jeito irreverente de se vestir. Gostava de ousar nas combinações de roupas --melhor ainda se tivessem brilho.

Em 2008, depois de ser diagnosticado com diabetes e hepatite C, voltou a morar com os pais em Miracema, no interior do Rio, onde nasceu.

Tornou-se reservado e passou a fazer parte do coral da Igreja Católica. Mas, quando lhe perguntavam, falava com prazer sobre as histórias de seu passado de sucesso.

Participou das gravações do documentário de Tatiana Issa e Raphael Alvarez sobre o grupo, "Dzi Croquettes", e aprovou o espetáculo "Dzi Croquettes em Bandália", montado pelo ex-companheiro Ciro Barcelos.

Após a morte do pai, no ano passado, ficou ainda mais doente. Morreu no sábado (15), depois de cinco dias em coma, aos 61. Deixa a mãe, o irmão Rogério e sobrinhos.

Ao lado de seu nome, no túmulo, será escrita a frase "Aqui brilha uma estrela".


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