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Com muro caído, escola municipal vira abrigo para moradores de rua

Quadra poliesportiva de unidade na zona sul de São Paulo ganhou colchões, sofá e cobertores

Reportagem verificou sinais de abandono em sete escolas; gestão Haddad diz que fará manutenção na rede

ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO

O muro da Escola Municipal Leonardo Villas Boas, no Campo Limpo (zona sul), desabou numa chuva de verão há cerca de três meses, dizem pais de alunos. A estação do ano já mudou, mas ele continuou caído --facilitando os acessos de moradores de rua que se mudaram para a quadra poliesportiva da unidade.

Colchões, um sofá e cobertores foram levados pelos novos moradores para a área -- completamente abandonada, cheia de lama e lixo.

Gilmário Laranjeiras, 27, diz que está ali "há alguns meses". Com uma ferida na perna, ele afirma que não consegue nem se levantar e cobra assistência médica.

A presença deles incomoda pais de alunos. "Com uma das quadras interditadas por causa do desabamento, as crianças não conseguem fazer educação física direito", diz a professora Érica Rebelo, 36, mãe de um estudante.

Na semana passada, a Folha identificou exemplos de abandono e falta de manutenção em sete de oito escolas municipais visitadas.

A gestão Fernando Haddad (PT) afirma que pretende fazer um tipo de patrulha para a manutenção na rede.

As chuvas também derrubaram um muro na Escola Padre Chico Falcone, na Vila Curuçá, na zona leste.

"Além de não consertarem a parte que desabou, o resto está prestes a cair também", diz o jardineiro João Gomes, 42, que mora em frente à unidade. "Meu medo é machucar alguma criança."

TELHAS, MATO E LIXO

Desde janeiro, mães de alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Fausto Ribeiro da Silva Filho, na Vila Nova Curuçá, na zona leste, dizem esperar que sejam recolocadas as telhas arrancadas num temporal.

"Tinham prometido resolver isso, mas ainda não cumpriram", diz Vania Pereira, 36, mãe de um dos alunos.

Quando chove, a vizinhança teme que alguma das árvores, que estão precisando de poda, caia sobre o teto.

Na escola Nilce Cruz Figueiredo, em Lauzane Paulista, na zona norte, a principal reclamação é sobre a aparência largada do local.

"Aqui sempre foi assim. Mato alto, lixo, esse parquinho quebrado", afirma a dona de casa Luciana Jesus Bento, 39. "Às vezes, a prefeitura vem e faz alguma reforma. Mas nunca resolve todos os problemas da escola."

O presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação do Ensino Municipal, Cláudio Fonseca, afirma que o problema nas escolas é pior nos bairros da periferia.

Ele critica a prefeitura paulistana pela regulamentação de uma lei que permite que empresas adotem escolas municipais, fazendo reformas e doando materiais.

"Se o poder público está plenamente exercendo suas funções, não há que se falar em um programa de adoção."


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