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Incêndio em favela deixa duas crianças em estado grave

400 barracos da comunidade do Aracati, zona leste, foram destruídos pelo fogo; irmãos sofreram queimaduras

DE SÃO PAULO

Duas crianças, de 3 e 4 anos de idade, ficaram feridas, em estado grave, num incêndio que destruiu na tarde de ontem 400 barracos da favela do Aracati, ao lado do viaduto Aricanduva, na zona leste.

Dois adultos também se feriram durante o incêndio, mas com menor gravidade e esperavam alta na noite de ontem.

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, as crianças --um casal de irmãos-- tiveram queimaduras e foram levadas para o Hospital do Tatuapé, na zona leste, onde permaneciam na UTI até a conclusão desta edição.

O vigilante Oswaldo Aparecido de Jesus, 24, afirmou ter socorrido os irmãos com a ajuda de amigos.

"A gente derrubou a casa deles e vimos que os dois estavam abaixados com a mão na cabeça. Não tinha mais ninguém lá, pois a mãe tinha ido participar de um programa de TV", afirmou.

Alguns moradores se diziam revoltados por as crianças estarem sozinhas em casa na hora do incêndio.

O fogo começou por volta das 15h20, e foi controlado apenas depois das 18h. A estimativa da Defesa Civil é que em torno de 1.600 pessoas ficaram desabrigadas.

Esta não foi a primeira vez que a favela do Aracati, na região da Penha, foi atingida pelo fogo. Em novembro de 2012, o mesmo local foi atingido por outro incêndio, que destruiu 150 barracos.

O líder comunitário da favela, Ronaldo José da Silva, 42, diz que os moradores devem voltar ao local."Só saímos daqui com um lugar para onde ir", disse.

Durante o rescaldo do incêndio, houve um tumulto entre moradores e policiais militares. A PM chegou a lançar uma bomba de efeito moral e usou balas de borracha para dispersar o grupo.

Os moradores acusaram os policiais de bloquear a passagem para os barracos. Eles também jogaram pedras e madeiras contra os PMs. Ninguém ficou ferido.

"Nessa hora, os moradores se exaltam mesmo. Por isso, foi necessário usar bomba de efeito moral para dispersar o grupo e evitar maior confusão", afirmou o major Marcio Santiago Higashi Couto, da Polícia Militar.

Segundo o tenente-coronel Alexandre Augusto de Souza, a falta de acesso dificultou o trabalho dos bombeiros.

"O fogo se alastrou muito rápido por causa da proximidade e a madeira usada para construir os imóveis", disse.

Foram deslocados para o local equipes da Defesa Civil, da subprefeitura e da Secretaria da Assistência Social. A Eletropaulo também foi acionada para desligar a energia.

Segundo o coordenador-geral da Defesa Civil, José Kokai Kato, foi oferecido abrigo para as famílias afetadas em uma quadra poliesportiva.

Também foi feito um cadastramento das famílias atingidas para que possam receber auxílio-moradia.


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