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Sabesp agora cogita racionamento de água

Documento oficial contradiz discurso de governo Alckmin e prevê medida 'drástica' em 2014 se chuva for insuficiente

Companhia estadual reconhece hipótese de rodízio e diz que é obrigação considerar cenários extremos

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

A Sabesp admitiu pela primeira vez, de forma oficial, a possibilidade de implantar um rodízio de água em São Paulo ainda este ano.

A previsão, incluída em um documento recém-publicado pela companhia, vai na contramão dos discursos do governo Geraldo Alckmin (PSDB) nos últimos meses.

"Se as chuvas não retornarem a índices adequados e, consequentemente, os níveis dos reservatórios não forem restabelecidos, poderemos ser obrigados a tomar medidas mais drásticas, como o rodízio de água", afirma trecho do Relatório de Sustentabilidade 2013 da Sabesp.

O documento, disponibilizado nesta semana na internet, é publicado anualmente como prestação de contas para investidores e sociedade.

Tanto a Sabesp como Alckmin, que será candidato à reeleição em outubro, vinham afastando em posicionamentos oficiais a possibilidade de um racionamento.

No governo tucano, há preocupação sobre os efeitos eleitorais dessa medida.

Questionada, a Sabesp informou ontem que a implantação de um rodízio de água foi incluída no documento "como uma hipótese, e não como medida definitiva". Diz ser sua obrigação "trabalhar com todos os cenários, inclusive os mais extremos".

Após a queda do sistema Cantareira aos níveis mais baixos da história, preocupando 8,8 milhões de pessoas na Grande SP que recebem água daquelas represas, a gestão Alckmin apresentou medidas que, pelo discurso do Estado, deveriam compensar a recente escassez de chuva.

Uma das principais é a utilização do "volume morto" (água do fundo das represas, nunca usada antes e que será captada após obras emergenciais de R$ 80 milhões).

"Não trabalhamos com a possibilidade de racionamento", afirmou à Folha no mês passado Paulo Massato, diretor da Sabesp, ao falar sobre essa obra, que deverá ficar pronta até julho.

No relatório, a companhia culpa a falta de chuva pela crise de água e lembra a possibilidade de isso interferir no faturamento deste ano.

"Como resultado [de um eventual rodízio] o volume faturado de água poderá cair durante 2014 e os nossos custos poderão aumentar em função dos investimentos adicionais necessários para mitigar os efeitos da seca nos sistemas produtores de água [da Grande SP]", diz o texto.

O impacto financeiro para a Sabesp pode superar R$ 1 bilhão, principalmente devido ao desconto de 30% na conta para os consumidores que baixarem seu consumo de água em ao menos 20%.

PROMOTORIA

O promotor do Meio Ambiente José Eduardo Ismael Lutti disse ontem que será aberta uma investigação ainda nesta semana para apurar se houve má gestão da Sabesp no sistema Cantareira.

Segundo ele, caso sejam encontrados indícios nesse sentido, há possibilidade de responsabilizar os administradores da empresa por meio de ação na Justiça.

A Sabesp atribui a situação atual do sistema Cantareira à escassez de chuvas.


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