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'Rei da soja' nega ter sido extorquido por boliviano

À polícia, Olacyr de Moraes contraria versão de motorista que matou ex-senador

Empresário e viúva de político dão versões diferentes sobre os R$ 400 mil apreendidos no dia do crime

ROGÉRIO PAGNAN REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

O empresário Olacyr de Moraes, cujo motorista matou na sexta-feira passada o ex-senador boliviano Andrés Fermín Heredia Guzmán, 60, negou ontem, em depoimento à polícia, que estivesse sendo extorquido pelo boliviano.

A viúva do ex-senador, que foi ouvida anteontem, também negou que seu marido extorquisse o empresário. Mas as versões dadas para o motivo do pagamento de quase R$ 400 mil foram diferentes.

Segundo a Folha apurou, o empresário --conhecido nos anos 1970 como o "rei da soja"-- disse que o dinheiro que havia entregado a Guzmán pouco antes de ele ser morto era um empréstimo.

Moraes disse ainda que já havia dado dinheiro anteriormente ao boliviano, com quem mantinha negócios.

Já a viúva do boliviano, uma brasileira que não teve o nome revelado, disse que era um pagamento por serviço de corretagem prestado em negociação de terras.

A dona de casa disse também desconhecer o motivo que levou o motorista do empresário a matar seu marido.

A tese de que o empresário vinha sendo extorquido pelo boliviano foi apresentada pelo autor do homicídio, Miguel Garcia Ferreira, 61. Ele teria "tomado as dores" do patrão.

Com Ferreira a polícia apreendeu R$ 399,9 mil.

'SUSTO'

De acordo com a polícia, Ferreira disse que tinha a intenção de "dar um susto" em Guzmán por causa da suposta extorsão que ele vinha praticando contra seu patrão.

Para isso, pediu carona ao boliviano e, no carro, sacou o revólver calibre 38 para fazer a ameaça. Na versão de Ferreira, o boliviano começou uma briga, e foi então que houve os disparos. Guzmán morreu com três tiros.

O corpo foi encontrado ao lado de sua Cherokee blindada, no Morumbi (zona oeste). Ferreira foi preso próximo ao local do crime, ao tentar fugir, ensanguentado.

Olacyr de Moraes, que se recupera de uma cirurgia, foi ouvido por policiais em seu apartamento, no Morumbi.

Para os policiais, Ferreira disse que o patrão era extorquido. Segundo ele, o ex-senador vinha tirando dinheiro do empresário com promessas nunca cumpridas.

A Polícia Civil pretende ouvir seguranças de prédios próximos ao local do crime e sócios das empresas das quais participam Guzmán e o empresário brasileiro.

O inquérito deve ser enviado à Justiça hoje. Os advogados de Moraes e Ferreira foram procurados ontem pela Folha, mas não responderam até a conclusão desta edição.


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