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Protesto de invasores termina em confronto no Rio

Grupo retirado de terreno da Oi tomou a frente da prefeitura; conflito com Guarda municipal deixou um ferido

ADRIANO BARCELOS DO RIO

Pelo menos uma pessoa ficou ferida e outra foi detida em confronto entre manifestantes e a Guarda Municipal do Rio na manhã de ontem.

O grupo, de cerca de 500 pessoas, é formado por famílias retiradas na sexta-feira de um terreno da Oi no Engenho Novo (zona norte), em ação de reintegração de posse que terminou com 20 feridos e 30 detidos.

Desde então, estão acampados em frente à prefeitura, no bairro Cidade Nova.

O confronto ocorreu por volta de 11h, quando o grupo tentou fechar a av. Presidente Vargas, uma das mais importantes do centro do Rio.

Os manifestantes dizem que a Guarda usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo e atuou com truculência. Contatada, a Guarda não se posicionou até as 17h de ontem.

Um dos envolvidos no protesto foi detido por resistência a prisão, porte de pequena quantidade de maconha e agressão aos guardas. Segundo a PM, o homem teria uma pedra na mochila. Um dos agentes da Guarda teria levado uma pedrada no pescoço no confronto, mas passa bem.

A chuva que atingiu o Rio ontem piorou a situação na base improvisada: muitos dos acampados são crianças e gestantes. Eles usaram como abrigo um dos acessos à estação de metrô Cidade Nova. Nas escadarias, há berços improvisados com cobertores leves e voluntários para distrair as crianças. A comida está vindo de doações.

INFLAÇÃO

Boa parte dos que estão em frente à prefeitura pagavam aluguel em favelas com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), principalmente Manguinhos e Jacaré.

Os desabrigados afirmam que a ocupação policial provocou uma inflação nos preços dos imóveis.

Também contribui com a alta nos preços o aluguel social de R$ 450 pagos pelo Estado e prefeitura a famílias removidas de áreas de risco.

"Hoje qualquer quitinete custa R$ 400. Há dois anos era R$ 250 e dava para pagar. Ocupamos [o terreno da Oi] para termos a nossa moradia", disse Andreia Ventura Fiel, 39. Ela dividia um barraco de um quarto com a irmã e dez crianças na favela de Manguinhos.

Até as 17h de ontem, a prefeitura ainda não havia se manifestado de maneira oficial sobre a solução que pretende apresentar às famílias retiradas do terreno da Oi no Engenho Novo.

Os manifestantes afirmam que está marcada para hoje às 10h uma reunião entre representantes dos desabrigados e membros da prefeitura.


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