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Suspeitos de assalto baleados pela polícia são filmados agonizando

'Vai ficar famoso, ladrão, morrendo', diz uma voz; corregedoria apura se vídeo foi feito por PMs

Um suspeito morreu após a filmagem, que foi divulgada em rede social e mostra coturno semelhante ao da PM

ANDRÉ MONTEIRO ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO JOSMAR JOZINO DO 'AGORA'

"Vai ficar famoso, ladrão, morrendo", diz uma voz para os três baleados no chão, sobre uma poça de sangue. Um dos feridos geme: "Meus filhos". Logo depois, outra voz diz: "Vai demorar aí, caralho? É pra morrer".

As imagens mostram um coturno e parte de uma calça cinza, semelhante ao uniforme da PM de São Paulo.

O vídeo, que circula na internet, foi gravado depois de uma perseguição policial no último dia 8, em Vila Curuçá, na zona leste da capital.

Num Uno preto roubado dias antes, os suspeitos teriam tentado assaltar um caminhoneiro. Após serem perseguidos, bateram no carro da PM.

No boletim de ocorrência, os policiais dizem que atiraram para se defender, após um dos suspeitos ter mostrado uma arma e desobedecido a ordem para abaixá-la. Os suspeitos não atiraram.

Depois do vazamento do vídeo, a Corregedoria da Polícia Militar abriu investigação para apurar se policiais são responsáveis por gravar e divulgar as imagens.

Segundo o delegado Adilson Donófrio, um dos suspeitos, vestido de camiseta preta, não identificado, morreu. O rapaz de blusa cinza, Renato de Souza Santos, 25, sobreviveu e está internado no Hospital Santa Marcelina. O terceiro homem, Marco Aurélio Alves de Oliveira, 37, foi atendido e preso em seguida.

Para Donófrio, as imagens dão a entender que são os policiais que estão filmando. "Pelo jeito foi a PM", diz.

A reportagem conversou com uma pessoa que diz ter visto os policiais mostrando as imagens em um telefone celular, na delegacia.

O vídeo, de 43 segundos, foi divulgado pela página "Polícia Do Estado De São Paulo", no Facebook --que não é oficial da corporação.

Em nota, a PM afirmou que investiga a página, que divulga "uma série de conteúdos impróprios". O ouvidor das polícias, Júlio César Fernandes Neves, disse que a filmagem e divulgação do vídeo são "abomináveis, melancólicas e causam repulsa".

"Perderam a noção de humanidade. É lamentável e triste", disse. "Quem soltou esse material precisa ser penalizado. Mancha a imagem da corporação. Ela tem que tirar esse pessoal de seus quadros", completou.


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