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Universidade virtual vai abrir inscrições para o 1º vestibular
Univesp irá oferecer quatro licenciaturas e duas engenharias a distância; inscrições começam dia 28
Cerca de 80% das aulas ocorrerão pela internet; criado em 2007, modelo gerou críticas na USP, Unesp e Unicamp
A Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) vai abrir no próximo dia 28 as inscrições para o seu primeiro vestibular. Poderão se candidatar os interessados em cursos de licenciatura e em duas engenharias --produção e computação.
As inscrições serão feitas pelo site da universidade (univesp.ensinosuperior.sp.gov.br). As aulas começam no segundo semestre.
Os cursos serão ministrados, em média, 80% a distância, por meio da internet, e 20% presencialmente. Os encontros devem ocorrer quinzenalmente, mas a frequência vai depender da área.
Eles acontecerão por todo o Estado em polos da Univesp, da Universidade Aberta do Brasil e em espaços de prefeituras como os CEUs (Centros Educacionais Unificados).
A escolha das licenciaturas (em química, física, biologia e matemática) e das engenharias para dar início à Univesp se deve à carência de mão de obra nessas áreas, diz o linguista Carlos Vogt, presidente da instituição. "Esses são alguns dos cursos em que mais faltam profissionais no Brasil", afirma.
Nesse primeiro vestibular da Univesp serão oferecidas 3.330 vagas --1.296 para engenharias e 2.034 para licenciaturas. O número representa cerca de 30% do que é oferecido por ano pela USP, a maior universidade do país.
O que facilita a abertura de vagas é o baixo custo. Um aluno de engenharia de uma universidade estadual "tradicional" custa, em média, oito vezes mais do que um estudante da Univesp.
QUALIDADE
O baixo custo tem sido motivo de críticas de estudantes e professores contrários ao ensino a distância. O temor é perda de qualidade.
Vogt rebate os ataques dizendo que dificilmente será possível expandir o ensino superior público nos modelos tradicionais de ensino.
"Mesmo com esforço, em cinco anos não dá para aumentar mil vagas de graduação nas três universidades estaduais [USP, Unesp e Unicamp]", afirma.
Atualmente, a Univesp tem em seu quadro 135 funcionários, dos quais 40 são professores com doutorado. Eles serão os responsáveis pelas aulas virtuais. Já os encontros presenciais serão mediados por tutores.
Esse foi o modelo adotado pela instituição antes mesmo do status de "universidade".
HISTÓRIA
Criada inicialmente como um programa do governo José Serra (PSDB), em 2007, e encabeçada por Vogt, a Univesp gerou críticas nas universidades estaduais paulistas, especialmente no movimento estudantil.
A instituição estava sob o guarda-chuva da Secretaria de Ensino Superior, extinta na gestão seguinte, de Geraldo Alckmin (PSDB). Ela ofertou cursos em parceria com universidades, como a USP e a Unesp, e, em 2012, ganhou status de universidade por meio de um decreto.
