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Suspeita nega dinheiro para esconder corpo de Bernardo

Ela disse a advogado que sofreu 'pressão psicológica' para ajudar no crime

Amiga de madrasta foi quem indicou à polícia local onde estava o corpo, no interior do Rio Grande do Sul

FELIPE BÄCHTOLD ENVIADO ESPECIAL A TRÊS PASSOS (RS)

A defesa da assistente social suspeita de envolvimento na morte de Bernardo Boldrini, 11, admitiu ontem que ela participou da ocultação do cadáver, encontrado em Frederico Westphalen (RS).

O advogado Demetryus Grapiglia, que assumiu o caso ontem, negou que Edelvânia Wirganovicz tenha contribuído para a morte.

Ele diz que Edelvânia sofreu "pressão psicológica" da madrasta de Bernardo, Graciele Ugolini, de quem era amiga, para ajudar a esconder o corpo.

Agora, porém, nega ter havido pagamento em troca.

Com a declaração, dois dos três suspeitos presos contestam a versão da polícia --o pai do garoto, o médico Bernardo Boldrini, 38, diz que não teve nenhum envolvimento no homicídio.

Foi Edelvânia quem indicou o local onde o corpo do menino foi enterrado.

Segundo a polícia gaúcha, Graciele levou Bernardo de Três Passos, onde moravam, para Frederico Westphalen, onde ele foi morto.

Grapiglia disse que conversou com Edelvânia na prisão e que ela contou que não estava no local do assassinato. Segundo o defensor, a suspeita disse que ajudou a enterrar o cadáver em um matagal.

No fim de semana, o jornal "Zero Hora" publicou trechos do depoimento de Edelvânia tomado no dia 14, quando o crime foi descoberto e os suspeitos, detidos. No relato, ela afirmou ter recebido R$ 6.000 como parte do pagamento para participar do crime.

Segundo Grapiglia, o depoimento ocorreu sem a presença de um advogado e não deve ser validado na Justiça.

MADASTRA

A Polícia Civil ouviu Graciele anteontem, mas não deu detalhes sobre o depoimento. Segundo o advogado da madrasta, Vanderlei Pompeo de Mattos, o depoimento foi encerrado rapidamente porque ela não estaria em condições de falar.

Ontem, o advogado de Leandro Boldrini, Jader Marques, pediu para ter acesso à íntegra do inquérito. Para Marques, a polícia ainda não mostrou provas do envolvimento de Leandro no crime.

A delegada Caroline Machado afirma que o pai de Bernardo não estava na cena do crime, mas diz ter "convicção" do envolvimento dele na morte do filho.

Ela disse que a participação no crime também pode ocorrer por omissão. "Se tinha o dever de cuidar e não cuidou, por exemplo, pode ser culpado por isso", afirmou a delegada.

Após quase dez dias de recesso por luto, a escola onde estudava Bernardo em Três Passos retomou as aulas ontem. A direção do Colégio Ipiranga realizou uma atividade especial e teve apoio de uma psicóloga com experiência no atendimento a vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), para auxiliar os estudantes.

As aulas estavam suspensas desde quando se soube da morte do menino.

No início da manhã, todos os alunos do turno se reuniram para acompanhar pronunciamentos de uma pastora da comunidade luterana e da direção sobre a morte de Bernardo.

No encontro de cerca de 30 minutos, falaram sobre a necessidade de "seguir em frente" e rezaram.


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