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Prefeitura manda fechar bar 'Mercearia' por barulho

Estabelecimento reabriu ontem sem aval; interdição virou tema dos frequentadores

ARTUR RODRIGUES DE SÃO PAULO

"Se fechar esse bar é o caos, a gente faz protesto", diz a figurinista Érica Grisende, 27, bebericando uma cerveja na Mercearia São Pedro, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo.

Ponto de encontro de boêmios, o bar foi fechado pelo Psiu (Programa de Silêncio Urbano) na última sexta-feira, dia 18. Ontem, sem autorização da Prefeitura, estava funcionando. E o fechamento virou papo de bar.

Amiga de Érica, a também figurinista Tatiana Ruffo, 26, se empolgou com a ideia do protesto. "A gente fecha a rua", diz. "O velhinho vai querer sossego na Vila Madalena? Mora no Morumbi!"

O dono do bar, Pedro Issa, disse apenas que o advogado dele estava "sentado com o juiz" cuidando do caso. A prefeitura ameaça emparedar a Mercearia caso ela não se adeque à legislação.

Zelador do prédio vizinho, Erivaldo Lino, 46, diz que faz parte da rotina ouvir morador esbravejar por causa das noites maldormidas.

Após a proibição do fumo em locais fechados, em 2009, ele diz que os clientes levaram as discussões para o meio da rua. "Tem um fumando, vão quatro para a calçada falando alto. Parece até briga, às três da manhã."

Há 25 anos vizinha da mercearia, a professora Francini Tenório, 58, tem uma coisa em comum com os frequentadores antigos do bar: a saudade do tempo que o lugar era menos conhecido (e barulhento). "O pior não é o barulho, é que bloqueiam a calçada e a gente não passa."

Fã do bar onde pode beber e ainda comprar um livro, o apresentador de TV João Carlos Albuquerque, 58, se compadece da vizinhança. "É ótimo haver um espaço que não seja careta, onde as pessoas possam beber na rua. Ao mesmo tempo, acho um horror morar em um lugar onde não respeitam o silêncio".


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