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Opinião

A 'Merça' é demais; mas, do jeito que está, não dá

RODRIGO FIUME EDITOR-ASSISTENTE DE "COTIDIANO"

Véi, mano, não dá. Pelo menos do jeito que está.

Tenho 16 anos de Vila Madalena. Moro bem no quarteirão da Mercearia São Pedro. Passo ali em frente de carro todo dia, voltando do jornal, quase à uma da manhã. Cara, a rua tá fechada! Tenho de esperar o pessoal abrir passagem pra eu seguir.

Uma vez eu bati o retrovisor no braço de uma moça. Mano, foi sem querer, eu tava a 10 km/h. Mas a rua tava tomada.

Toda noite é assim. Dá pra ouvir o barulho da minha janela, na janela do quarto do meu filho. Véi, numa boa, não dá do jeito que tá.

Já fui muito lá, mas ando faltando. O sanduba é ótimo: ciabata, tomate seco, rosbife e rúcula. Cerveja de garrafa, sempre no ponto. Um sonho. O garçom mais legal é o França (não sei se continua lá).

Você pode comprar um livro, alugar um filme ou levar pra casa o detergente que tá faltando.

Pode, também, a qualquer hora dessas, topar com aquele escritor ou cineasta de que tanto gosta.

Não é demais?

Mas, cara... Todo dia tem neguinho mij... urinando no outro lado da rua, onde crianças aprendem bons modos num colégio estadual. E bêbado gritando de madrugada.

Por mim, a Merça ficaria aberta ali mais uns 100 mil anos. Mas véi, mano, cara... Do jeito que está, não dá.


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