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No sexto aniversário da 'Serafina', fotos recriam quadros modernistas

Revista completa mais um ano com novas versões de seis clássicos da arte brasileira

LUCIANO SCHMITZ DE SÃO PAULO FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Na comemoração do sexto seu aniversário, a revista "Serafina" recriou seis quadros clássicos da arte brasileira com o fotógrafo Miro. Veja as imagens ao lado e na internet, em folha.com/serafina.

Os modernistas brasileiros, seguindo a deixa de um acadêmico um tanto desconfortável em seu posto, evitaram retratar a elite e se aproximaram dos marginalizados, como os camponeses, as prostitutas e os artistas.

O inovador foi Almeida Júnior (1850-1899), paulista de Itu que estudou na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio. Ele adiantou a temática regionalista dos modernos ao retratar personagens simples do interior, como "Caipira Picando Fumo" (1893), em seu ambiente doméstico.

Pintou também a burguesia cafeeira, mas isso era para sobreviver. Sua principal marca são as pinturas da gente "sem retrato".

O também acadêmico Pedro Américo (1843-1905) não foi tão radical, mas ocupou-se de recriar fatos históricos, como "Independência ou Morte" (1888) ou "Tiradentes Supliciado" (1893), uma homenagem ao revolucionário.

Contudo, foi no século 20, especialmente após a Semana de 22, que a pintura olhou para o "povão".

Figura central no movimento foi Anita Malfatti (1889-1964). Por causa de uma crítica arrasadora de Monteiro Lobato sobre sua exposição de 1917, em torno dela aglutinaram-se modernistas que participaram da Semana de 22.

Caso do escritor Mário de Andrade, que ganhou um retrato com as cores fortes que Lobato não tinha gostado.

Artista essencial da Semana foi ainda Di Cavalcanti (1897-1976) -para alguns foi dele a ideia do evento.

Militante comunista, levou para as telas suas preocupações sociais. Por isso, muitas de suas pinturas retratam mulheres, especialmente aquelas consideradas como "de vida fácil".

A grande pintora das cores tropicais, contudo, é Tarsila do Amaral (1886-1973). Em 1923, ela faz "A Negra", que adianta a temática antropofágica de "Abaporu", de 1928, que inspirou os escritos de Oswald de Andrade.

Nesse conjunto de pinturas e artistas, revela-se um projeto de país que buscava incluir uma grande diversidade de tipos humanos, muitos deles, ainda no século 21, melhor representados -ainda e apenas- nas telas com molduras convencionais.


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