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Presos são queimados vivos na Bahia
Seis morreram e sete ficaram feridos em rebelião a 520 km de Salvador; vítimas foram incendiadas enroladas em colchões
Detentos entraram em confronto com policiais militares após revista, tomaram conta de pátio e atacaram rivais
Seis presos foram mortos e sete ficaram feridos numa rebelião ontem no Conjunto Penal de Eunápolis, cidade do extremo sul da Bahia, a 520 quilômetros de Salvador.
Os seis presos assassinados foram queimados vivos enrolados em colchões durante o motim.
Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal de Porto Seguro. Os feridos foram internados no Hospital Geral de Eunápolis.
A rebelião começou por volta das 9h30, durante um procedimento para revistar os presos provisórios de um dos pavilhões do presídio, que abriga 341 presos.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia, internos que estavam no pátio aguardando o fim da revista agrediram agentes e alguns PMs que davam apoio ao procedimento. A polícia revidou com bombas de efeito moral.
"Os presos se recusaram a voltar para as celas e começaram a atacar agentes e policiais. Tivemos que recuar, e eles tomaram conta do pátio", disse o comandante do batalhão da PM de Eunápolis, major Cléber Santos Silva.
Cerca de 300 presos estavam no pátio sob a guarda de pelo menos 60 policiais. Um dos detentos foi ferido por estilhaços de bomba e levado para o hospital.
Para controlar o motim, o Conjunto Penal pediu reforço de batalhões da PM das cidades vizinhas de Porto Seguro e Teixeira de Freitas, além de um grupo especializado da Mata Atlântica.
A situação foi normalizada no final da tarde, quando a polícia entrou novamente no presídio e fez os presos retornarem às celas.
Segundo o diretor do presídio, major Gilson Paixão, os presos mortos ficavam numa área reservada e mais segura da prisão, destinada a membros de facções minoritárias e a acusados de estupro.
"Na rebelião, alguns presos aproveitaram para fazer acertos de contas de rixas que existiam fora do presídio", disse o diretor.
Ainda segundo ele, os sete presos feridos estão fora de perigo. Segundo a polícia, esta é a primeira rebelião com vítimas no presídio, inaugurado em novembro de 2012.