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Invasão tem plano e investigação prévia na vizinhança e em cartório

FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO

Não basta reunir um grupo disposto a construir barracos para começar uma invasão. Os sem-teto traçam estratégias e fazem investigações antes de tomar terrenos.

Membros de movimentos por moradia ouvidas pela Folha dizem que analisam diversos fatores antes da escolha.

Conversam com vizinhos para saber se a área está ociosa, apuram se há dívidas com a prefeitura e quem é o dono. Vão até a cartórios.

Após escolher o local, programam data e horário para a invasão. Eles compram lonas, bambus e ferramentas. Também são alugados ônibus para levar as pessoas até lá.

O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que criou a invasão Copa do Povo na zona leste, no sábado, informou que recebe doações de entidades parceiras e igrejas para comprar os materiais.

Após o lote ser invadido, ele é dividido em quadras com até cem famílias cada. Depois, os barracos são readequados para facilitar a circulação.

Há nove anos como coordenador de infraestrutura do MTST, Araketu Santos, 41, diz que a Copa do Povo já será reestruturada. "Construíram os barracos muito colados. Geralmente, demarcamos as áreas antes, mas aqui não deu tempo. Tinha muita gente."

Por bloco, são construídos um banheiro e uma cozinha coletiva. Ontem, ainda havia apenas dois banheiros e uma cozinha para as cerca de 2.000 famílias que estão lá --estimativa do movimento.

Nessa e em outras invasões, como a Nova Palestina (zona sul), com cerca de 8.000 famílias, moradores de outros acampamentos passam os primeiros dias até os recém-chegados se adaptarem.

Coordenadora nacional do MTST, Maria das Dores Cirqueira, 44, afirma que as leis internas são definidas em assembleias.

"Se não, vira bagunça. Não é permitido usar drogas ou fazer barulho depois das 22h. Aqui é lugar de trabalhador."


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