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Movimento sem-teto veta 'invasão da invasão'

Sem espaço, MTST proíbe novos barracos em área invadida no sábado

Cerca de 4.000 famílias estão acampadas, diz o grupo; parte do terreno foi isolado por ser área de preservação

FELIPE SOUZA DE SÃO PAULO

O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) impedirá, a partir de hoje, a construção de novos barracos na ocupação Copa do Povo, na zona leste de São Paulo. A decisão foi tomada uma semana após a invasão devido à falta de espaço no local.

A invasão já conta com cerca de 4.000 famílias, segundo estimativa do movimento. Agora, será criada uma lista de espera para quem tiver interesse em acampar no terreno.

Apenas metade da área, de cerca de 150 mil metros quadrados, tem barracos. O restante do terreno foi isolado com fitas pelos próprios sem-teto, pois é uma área de preservação ambiental.

O coordenador do MTST Guilherme Boulos disse que a grande procura por um espaço no terreno é causada pelo deficit habitacional e a especulação imobiliária na região.

"Os aluguéis aumentaram de forma excessiva após o início da construção do Itaquerão e a população não consegue mais pagar."

A área invadida pelo movimento fica a 3,5 km de distância do estádio que sediará a abertura da Copa.

"Na Nova palestina [invasão com 8.000 famílias na zona sul], em dez dias também tivemos que impedir novos barracos", disse Boulos.

A dona de casa Rafaela Padovan, 20, acampa com o marido e o filho Pedro, de 2 meses de idade, numa barraca de lona desde o último sábado.

"A gente vai ficar aqui até sair o nosso apartamento. Moramos de aluguel há oito anos, mas depois, nos últimos dois anos, o valor dobrou e hoje a gente paga R$ 600 em dois cômodos", afirmou ela.

REESTRUTURAÇÃO

Os barracos da invasão Copa do Povo começaram a ser reestruturados nos últimos dias. A intenção é separá-los em grupos de cem famílias e construir um banheiro e uma cozinha coletiva para cada um desses conjuntos.

O coordenador de infraestrutura do MTST Zezito Alves diz que já faz esse trabalho há nove anos. "Temos que manter os barracos livres e facilitar a circulação de pessoas."

Na quarta-feira, a Justiça determinou a reintegração de posse da área em 48 horas, após pedido da construtora Viver, dona do terreno.

Anteontem, porém, a Justiça marcou uma audiência de conciliação para o dia 23 de maio e adiou a reintegração.

Na manhã de ontem, o senador e pré-candidato a presidente da República pelo PSOL, Randolfe Rodrigues, visitou a invasão.

"Vou denunciar essa situação absurda daqui. Saio convencido para que não aprovem o projeto no Senado que proíbe manifestações, pois vandalismo foi o que cometeram as incorporadoras contra o povo nessa Copa."


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