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Delice Ferreira dos Santos (1926 - 2014)

Dona Didi era a rainha do baile

IONE DIAS DE AGUIAR COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na juventude, dona Didi era a rainha do baile. Seu requebrado deixava todos os homens da gafieira de queixo caído. Em uma dessas noitadas, conheceu Jamelão, que, antes de se tornar um dos maiores intérpretes de samba-enredo do Brasil, era "crooner" nos salões cariocas.

Ciumento, Jamelão cantava de costas para o público quando sua Didi, a quem chamava de "madame", dava bola para outros rapazes.

Começaram assim um amor de mais de 50 anos, que durou até a morte do cantor, em junho de 2008.

Crescida em Ipanema, Didi trocou a zona sul pela Vila Isabel quando casou. No bairro da zona norte, fez sua vida e criou filha e netos.

Tudo para ela era festa. No aniversário de 80 anos, saiu com os netos para uma noitada carioca. Sambou e deu piruetas madrugada adentro.

Nem o lendário mau humor de "Lão", apelido carinhoso que ela deu a Jamelão, resistia à sua alegria.

Na comemoração de bodas de ouro, ele não queria saber de festa. Didi conseguiu convencê-lo a ir à missa para agradecer. Na saída da cerimônia, Jamelão deu de cara com uma enorme festança montada na praça em frente à igreja, com direito a banda e a uma mesa farta, cheia de convidados.

Didi só começou a perder o viço quando se tornou viúva. Deixou de comer, não viajava mais nem gostava de ouvir os discos do marido.

Morreu no domingo (18) após uma parada cardíaca, aos 88 anos. Deixa a filha, Jorceli, os netos, Tomás e Manoela, a bisneta, Beatriz, e mais de 30 composições, gravadas por artistas como Beth Carvalho e Chico Buarque.


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