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Reitor ganhou R$ 111 mil de forma irregular na Unicamp, diz tribunal

Valor se refere ao que Tadeu Jorge recebeu a mais que governador em 2007, segundo Tribunal de Contas

Gastos da instituição foram consideradas irregulares pelo órgão de controle; cabe recurso da decisão

FÁBIO TAKAHASHI MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

O reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, recebeu da universidade R$ 111 mil a mais do que os rendimentos do governador em 2007, apontou nesta terça (27) o Tribunal de Contas de São Paulo.

O gasto foi considerado ilegal pelo órgão de controle, pois nenhum funcionário do Estado pode ganhar mais do que o chefe do Executivo.

Os dados constam no relatório que embasou a análise das contas da universidade daquele ano, que foram julgadas irregulares pelo tribunal, principalmente devido à política de remuneração. Cabe recurso da decisão. A escola nega irregularidade.

Em seguidos julgamentos, o tribunal tem considerado que USP, Unesp e Unicamp desrespeitaram a Constituição, que estabeleceu o salário do governador como teto para funcionários do Estado.

Em 2007, José Serra (PSDB) ganhava R$ 14.850 por mês. No total, o tribunal identificou sete dirigentes da Unicamp que receberam acima do teto, incluindo o reitor, que exerce agora seu segundo mandato na instituição.

Jorge foi o que teve o maior rendimento do grupo, seguido do então coordenador-geral, Fernando Ferreira da Costa (R$ 79 mil acima no ano).

O montante que eles ganharam a mais que o governador foi atualizado para valores de hoje pelo tribunal.

Se as decisões forem mantidas até a última instância no Tribunal de Contas, os dirigentes podem ter direitos políticos suspensos. Podem também ter de responder por improbidade administrativa.

Só agora o valor acima do teto veio à público porque as três universidades estaduais se recusam a divulgar salários de seus profissionais, como fazem as demais repartições públicas, sob alegação de que isso fere sua autonomia.

O conselheiro Antonio Roque Citadini, relator das contas julgadas ontem (27/5), ressaltou que a Unicamp já havia sido advertida pelo tribunal dos problemas em suas contas, desde ao menos 2005.

Em decisões anteriores, as contas de 2006 e 2009 da universidade também foram consideradas irregulares.

No julgamento, Citadini ainda criticou o volume de recursos que a Unicamp destina à folha de pagamento. À época, eram 86% do Orçamento, proveniente de parte da arrecadação do ICMS (principal imposto paulista).

Neste ano, o montante chegou a 98%, o que fez com que o reitor propusesse congelamento dos salários ao menos até setembro. A mesma proposta foi feita na USP e na Unesp, causando greve por parte de docentes e funcionários das universidades.


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